1 Autor, 3 Obras – Neil Gaiman

Hey!

Bem vindos a mais um texto da coluna 1 autor, 3 obras.

Primeiramente, peço licença para me apresentar. Sou Gelson Denian e passarei a colaborar com os demais justiceiros. Espero que minha permanência por aqui possa acrescentar tanto ao Justiça Geek quanto a vocês, leitores e ouvintes.  Quaisquer criticas, elogios e dicas, fiquem à vontade para deixarem nos comentários ou me enviar por email: gelson.ownz@gmail.com.

Bom, voltando ao coluna, desta vez falaremos de ninguém mais e ninguém menos do que o britânico Neil Gaiman!

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O autor é conhecido por grandes obras como a HQ Sandman e o livro Deuses Americanos (e ai, esse filme sai ou não sai?).

Mesmo conhecendo a fama do autor, demorei para ler algo escrito por ele. Quando finalmente dei uma oportunidade, percebi o quão genioso o autor é.

Sem mais delongas, vamos as 03 três obras do autor que julgamos merecer destaque.

01 – Faça Boa Arte

Neil Gaiman é conhecido por escrever sobre fantasia e pode parecer contraditório colocarmos o livro Faça Boa Arte nessa lista. Contudo, esta obra do autor é magnifica e independentemente de ser uma não-ficção, merece nossa atenção.

Faça Boa Arte é a transcrição do discurso que Neil Gaiman realizou no ano de 2012 para os alunos da University of the Arts, nos Estados Unidos.

Gaiman não cursou nenhuma faculdade e em inúmeras entrevistas deixou claro a sua desconsideração pelo mundo corporativo que conhecemos. Afirmou, inclusive, que uma das maiores vantagens de ser escritor é de não precisar acordar cedo as segundas-feiras.

Mas, então, o que ele poderia dizer a jovens recém formados com os hormônios a flor da pele para lutar por uma vaga de emprego? Simples, ele disse tudo que qualquer pessoa precisa ouvir.

Em seu discurso, Neil Gaiman deixa evidente que para conseguir fazer uma boa arte é preciso errar. Segundo ele, o medo de errar é algo bobo, pois é com nossas falhas que aperfeiçoamos o nosso trabalho e nossa arte. Desse modo, devemos errar sem culpa e tentar sem medo.

O autor, para exemplificar, menciona que escrevia uma carta para sua amiga Caroline e, por um desvio qualquer de atenção, acabou trocando o “a” por “o”. Ao invés de apagar rapidamente o seu erro, ele pensou “Coraline daria um bom nome” e anos depois o autor lançava uma obra de terror com este título.

Em suma, o que Neil Gaiman passa mediante o referido discurso e, posteriormente, com o Livro Faça Boa Arte, é inspiração. Inspiração não somente para os alunos de arte ou pessoas que trabalham com a criatividade. É inspiração para qualquer pessoa que busque ir mais longe. E é justamente por esse motivo que a obra tanto cativa. Ela te pega pela mão e diz “Amigo, vamos lá”.

Para quem quiser conferir na integra do discurso realizado pelo Neil Gaiman, segue o link para o vídeo no Youtube:

02 – O Oceano no Fim do Caminho

Um dos livros mais recentes do Neil Gaiman e o primeiro do autor que eu li.

Com uma escrita maravilhosa, sequer tive tempo de entender o sentimento que tive ao ler as páginas. Quando finalizei o livro, pude entender. Ele havia me conquistado.

Aqui temos a história de um rapaz de meia idade que, ao ir para o velório de um ente querido, acaba passando pela rua da casa que morou quando criança. Isso faz com que ele se recorde de acontecimentos marcantes da sua infância.

Somos transportados não somente a infância do personagem principal, mas também para a nossa. Revivemos com ele momentos únicos e mágicos. Você realmente acredita que os momentos mágicos são verdadeiros. Se você fizesse parte daquele mundo e alguém te perguntasse se aquilo realmente aconteceu, você afirmaria de pé junto que aqueles fatos realmente ocorreram. E isso só é possível pela habilidade do autor conseguir nos levar de volta a nossa infância.

É um livro espetacular que merece ser lido de tempos em tempos.

(Uma observação interessante é que essa não foi a primeira vez que Gaiman explorou as memórias e a nostalgia em suas obras, já que em Violent Cases ele explorou os mesmos temas mas com um aspecto menos fantástico – Lucas Araújo)

03 – Sandman – Noites sem Fim

Temos aqui o que eu considero como o carro chefe de Neil Gaiman. Certamente Sandman é que proporcionou mais reconhecimento ao autor.

Tal sucesso não é sem razão. As histórias dos Perpétuos (como Sandman e seus irmãos são chamados) são carregadas de conteúdo filosófico, com narrativas que nos fazem pensar durante dias sobre determinados assuntos.

E com Noites sem Fim isso não poderia ser diferente. A obra conta com sete historias independentes, uma de cada irmão.

Iniciamos com Morte em Veneza, onde narra a história de uma criança que encontrou a personificação da Morte e, depois de anos, decidi voltar para encontrá-la.

O segundo conto tem a participação de Desejo, onde um pacto é firmado entre este Perpetuo e uma donzela, com o objetivo desta ter o amor do filho do chefe local.

O terceiro caso finalmente contamos com a participação de Sandman, também conhecido como Morpheus. Nosso querido Perpetuo é participante de uma assembleia interplanetária e tem consigo uma (aparentemente) adorável companhia.

Quinze Retratos de Desespero é o nome da obra que conta com a participação de Desespero. Aqui temos quinze quadros que tentam (e conseguem com sucesso) retratar as mais variadas formas de desespero e agonia. A obra é interessante, tendo em vista que ao mesmo tempo que você quer evitar os retratos por contada aflição, você também quer lê-la novamente para poder compreender melhor cada retrato.

Delírio está presa e necessita de ajuda. Seus heróis são cinco deficientes mentais. Esse é o conteúdo de Adentrando, o quinto conto de Noites sem Fim.

O antepenúltimo conto da Obra conta com o Perpetuo Destruição. Em uma ilha qualquer está acontecendo uma escavação arqueológica, contudo, o que encontram é algo muito mais interessante (e curioso) do que artefatos do passado.

Por fim, temos a presença de Destino, o meu Perpetuo favorito. Aqui não temos uma história propriamente dita, mas sim o personagem andando ao longo do seu Jardim nos (re) apresentando esse mundo magnifico criado por Neil Gaiman.

O mais interessante e o que considero como ponto positivo de Noites sem Fim é a técnica do “não fale, mostre”, que foi aplicada de forma excelente. Dessa forma, temos a oportunidade de conhecer e acompanhar de perto cada Perpetuo.

Já leu alguma dessas obras? Incluiria alguma outra na lista? Deixe sua opinião aí nos comentários. Até a próxima!

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