Mulher-Maravilha: Direito de Nascença – A saga dos Deuses continua!

Dando prosseguimento à fase da Mulher-Maravilha escrita por Brian Azzarello e desenhada (em sua maioria) por Cliff Chiang, iniciada pelo encadernado Sangue (já avaliado aqui), a Panini lançou Mulher-Maravilha Direito de Nascença, que contém as edições de 7 a 12 da revista da Guerreira Amazona nos Novos 52.

Neste encadernado temos a conclusão do arco que foi iniciado no encadernado anterior no qual Hades, através de uma trapaça em um acordo, sequestra Zola (a garota que está grávida de Zeus) e a leva para o submundo. Para resgatá-la a Mulher-Maravilha procura a ajuda de Hefesto, o ferreiro dos deuses, e acaba aprendendo algo obscuro no passado das Amazonas.

Azzarello aborda uma nova faceta das Amazonas e explica como elas se reproduzem. Basicamente as guerreiras sequestram marinheiros perdidos, procriam e os matam a seguir. Bem, e se nascer um filho homem o que acontece? Neste caso um destino não muito agradável aguarda esses bebês. Essa abordagem incomodou antigos fãs da DC, já que a origem das Amazonas era muito mais mística e menos visceral.

É muito interessante a abordagem de Hefesto (que lembra muito Hellboy fisicamente), pois inicialmente você pensa que ele é uma espécie de criatura má, mas descobre que as aparências podem enganar. A ida ao Inferno e o confronto com Hades são muito interessantes e mostram o quão longe Diana está disposta a ir para proteger Zola e seu filho. Isto também está ligado ao fato de Diana ter descoberto, no encadernado anterior, que é filha de Zeus e isto estabelece um laço fraternal entre ela e a criança que está prestes a nascer.

O roteirista procura trazer cada vez mais referências mitológicas para a história, numa abordagem orgânica, tentando adaptar os mitos e deuses para a realidade atual numa forma que chega a lembrar vagamente Deuses Americanos de Neil Gaiman. É muito legal perceber que cada Deus tem um traço de personalidade que lembram muito figuras comuns nos dias de hoje como, por exemplo, Apolo ser apresentado como um grande empresário.

Claro que muitas dessas abordagens são reforçadas pelas caracterizações criadas por Cliff Chiang, um artista super competente tanto pelo seu traço quanto por sua narrativa. É legal perceber o easter egg na aparência de Ares pois ele é idêntico à Brian Azzarello (uma pequena brincadeira do artista para com o escritor). Infelizmente Chiang não é muito bom em cumprir prazos (assim como outros grandes artistas) e por isso outro artista tem que desenhar algumas edições, mas Tony Atkins não decepciona e procura manter a qualidade imposta por Chiang na série.

Ares e Discórdia

Este volume é consideravelmente melhor que o anterior em minha opinião e finalmente a série começa a justificar todo o hype que a circunda. As cores melhoraram, a arte de Chiang demonstra constante evolução e criatividade, e Azzarello começa a deixar claro que sua trama irá crescer mais e está tomando um tom épico. O arco iniciado no fim desse encadernado, no qual Zola finalmente dá a luz e um novo Deus assume o Olimpo, demonstra isso.

Estou ansioso para a continuação da série, prometida pela Panini para o primeiro semestre desse ano. Dentre todas as séries dos novos 52 que a Panini vem lançando, esta é, ao lado de Aquaman (por incrível que pareça rs), a melhor. Embarque nesta aventura repleta de Deuses, traições e batalhas o mais rápido possível.

Ficha técnica:

Editora: Marvel/Panini
Ano de lançamento: 2016
Páginas: 140
Preço:R$ 27,90 (capa dura)
Onde encontrar: Livrarias, bancas de jornal e lojas especializadas

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Lucas Araújo

Programador, estudante de TI e co-fundador do Justiça Geek. Fanático por quadrinhos, aficionado por filmes e séries, leitor faminto, gamer esporádico e músico (muito) frustrado. Gosta de falar sobre tudo isso em seu tempo livre(ou até mesmo quando não está tão livre...), debatendo questões essenciais para a humanidade como quem vence um crossover entre super- heróis, qual é seu escritor favorito e se um filme foi bem feito.