Recomendação da semana – O Preço do Amanhã

Salve, Justiceiros!

Sexta-feira é dia de Recomendação da semana, a coluna na qual os redatores do Justiça Geek se revezam para sugerir algo interessante que tenham consumido, seja uma HQ, livro, filme, série, jogo, etc.

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E hoje eu quero recomendar pra vocês o filme O Preço do Amanhã, de 2011 (In Time, no título original).

É um filme que já estava na minha lista há muito tempo e ontem decidi assisti-lo pelo Netflix.

O roteiro apresenta uma realidade alternativa semi-distópica onde todos os seres humanos, sem exceção, são geneticamente alterados para parar de envelhecer aos 25 anos e não morrer por causas naturais. No entanto, para viver você precisa literalmente possuir tempo, que é a moeda corrente, e o saldo de tempo atual no seu corpo é mostrado constantemente em uma espécie de marcador holográfico no seu pulso.

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Supersam

Mas apesar do elemento super futurista que dá o motivo central do roteiro, o cenário não é futurista, pelo contrário: é como o nosso mundo nos anos 2000. Por isso eu chamei de semi-distópico.

O roteiro e a direção são de Andrew Niccol. Pelo nome não soube quem era, mas após rápida pesquisa constatei ser o diretor e escritor de outros excelentes títulos como Gattaca e O Senhor das Armas, além de escrever O Show de Truman. Ou seja, o cara faz filmes pra te fazer pensar e questionar a sua realidade. Vou começar a acompanhar mais de perto os trabalhos dele.

Director Andrew Niccol promotes the film Good Kill during the 2014 Toronto International Film Festival on Tuesday, Sept. 9, 2014. Photo by Chris Young/CP/ABACAPRESS.COM
Andrew Niccol, 2014

E é justamente essa a graça de O Preço do Amanhã. Não é um filme cheio de efeitos especiais ou atuações surpreendentes (tanto que pelo jeito deu prejuízo nas bilheterias – segundo o IMDB, custou 40 milhões e rendeu apenas 37 nos EUA), mas ao transformar o tempo na moeda corrente, o roteiro mostra que independentemente da moeda, o sistema vai funcionar de modo que a maioria das pessoas tenha uma miséria para que um punhado de gente tenha milhões.

É agoniante se colocar no papel dos personagens pobres, com a consciência de que podem viver pra sempre (seus corpos geneticamente alterados permitem isso), mas na maior parte do tempo não têm mais do que algumas horas ou um dia disponíveis em seus relógios, e tudo custa tempo. Um café custa dois minutos, uma passagem de ônibus custa duas horas. E se seu relógio zera, você cai morto ali mesmo.

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Eles estão sempre vivendo a correria de um dia de cada vez, trabalhando em turnos dobrados para ter tempo e viver até o dia seguinte, sem a mínima perspectiva de poder economizar algum tempo para o futuro, ou como diz a expressão popular, vendendo o almoço pra comprar a janta.

Ao mesmo tempo, alguns poucos privilegiados dispõe de milhões de anos e vivem em bairros nobres e luxuosos, cercados por ostentação e seguranças.

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Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.

E fora essa discussão, o resto do filme é composto de ação e um pouco de drama. As relações humanas são fracas e os personagens mal desenvolvidos. Não é um filme que mereça uma indicação ao Oscar. Vela ser assistido pela ótima premissa idealizada por Niccol.

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A colocação de Justin Timberlake no papel principal pareceu uma forte tentativa de dar ao filme algum apelo junto ao povão, e apesar de obviamente não ter sido suficiente nesse sentido, ele não atrapalha o roteiro.

Enfim, assistam e voltem aqui pra deixar seus comentários e reflexões! E se você já assistiu, comente também!

Comentário bônus: o filme conta com Johnny Galecki, o Leonard de The Big Bang Theory. A participação dele é pequena, mas não deixa de ser interessante vê-lo num papel bem diferente do nerd cômico do seriado.

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Rafael Esteque

Advogado por formação, narrador por paixão, redator por vocação e músico por opção. Minhas anteninhas de vinil nunca funcionam. No 50º dia do meu nome, só espero que Gandalf me chame para uma aventura. Citação favorita: "In the game of thrones, a wizard is never late." Não, pera... ahn... "Do or do not. There is no Hakuna Matata." Não... ahn... Ok, vocês entenderam.