AVISO: CONTÉM SPOILERS
Salve, Justiceiros!
Finalmente estreou, neste último domingo, o episódio final da primeira temporada de Westworld. Foram dez semanas de especulações, teorias e discussões sobre a série até esse momento. E apesar de apresentar a resolução de alguns mistérios, a série deixou ainda mais dúvidas, que servirão de gancho para a próxima temporada.
Alguns dias antes da estreia, nós publicamos um pequeno artigo com nossos palpites sobre as respostas que seriam fornecidas nesse episódio. Acertamos dois e erramos dois desses palpites, mas há vários detalhes nessas resoluções que ainda merecem ser comentados! (se você não viu nosso artigo com os palpites, veja aqui).
Vamos discutir um pouco:
Arnold, de fato, escolheu morrer – Numa das melhores cenas do episódio, finalmente entendemos que Arnold não foi capaz de conviver com a culpa por ter criado seres potencialmente conscientes e destiná-los ao eterno sofrimento nas mãos dos seres humanos que frequentariam o parque. Chegamos a pensar que Ford poderia ter sido o responsável pela morte de Arnold, mas a verdade é que, no final das contas, os dois tinham um apreço muito grande por suas criações. A grande diferença é que, segundo Ford, Arnold não percebeu que a única coisa que lhes faltava era tempo. Tempo para serem aquilo que ambos queriam que eles fossem.
E no final, de uma forma dramática que Shakespeare teria aprovado, Arnold deu um fim violento ao seu prazer violento de brincar com a vida. Ele não conseguiu o que queria, pois Ford restaurou os androides e abriu o parque de qualquer forma (embora, como vimos, no final os dois criadores do parque tenham concordado em seus desejos, de certa forma).
E isso nos leva ao próximo ponto:
Wyatt, na verdade, é ninguém menos do que Dolores – Talvez por ser a anfitriã mais antiga do parque, ela foi também a primeira a conseguir desenvolver consciência (o que indica que, para os outros, é uma mera questão de tempo também). E Arnold acabou fundindo a personalidade dela com a narrativa Wyatt, tornando-a a autora da chacina que ocorreu nos primeiros anos do parque.
Achávamos que Wyatt seria o Teddy. O caubói bonzinho participou da matança também, mas apenas como ajudante de Dolores, por assim dizer. Papel que ele provavelmente deverá exercer novamente na nova narrativa de Ford. Uma narrativa na qual, nas palavras do criador do parque em seu discurso final, “teremos todas aquelas coisas que vocês sempre apreciaram: surpresas e violência”.
Willian se transformou no homem de preto – OK, essa era fácil. Não foi um palpite que exigiu muita reflexão de nossa parte, pois era algo que já estava sendo revelado pela série há muito tempo e que já havia sido amplamente discutido pelos fãs. Ainda assim, não poderíamos deixar de incluir esse palpite, e nem de comentar, agora que a revelação já aconteceu, como ela foi bem feita.
A corrupção de Willian foi lenta e gradual, e não aconteceu nenhum evento trágico, como imaginamos, de modo que se pode dizer que aquele personagem cruel sempre esteve em algum lugar dentro dele, e esse é um dos efeitos do parque no universo da série: trazer à tona quem realmente somos, longe das amarras morais da sociedade. Ainda quero falar mais sobre essa transformação em outro artigo – aguardem!
Maeve não saiu do parque (ainda) – Essa foi por pouco! No final das contas, ela ainda não atingiu a singularidade. Todo esse percurso de libertação dela na verdade já estava programado, inclusive o final, no qual era desistiria na última hora. Por quem? Presumivelmente, por Ford. E por que, se o objetivo final dele era justamente incentivar o surgimento da consciência nos robôs? Não temos como saber por enquanto, mas o fato é que ela voltou atrás quando já estava praticamente livre do parque.
E uma coisa muito interessante de se notar no arco da Maeve é a sua conversa final com Bernard, um pouco antes nesta season finale. Vocês devem lembrar que ela pede a ele para apagar as dolorosas memórias sobre sua filha, e ele diz que isso é impossível, pois as memórias sobre nossos erros são aquilo que nos faz aprender (lembram da pirâmide da consciência desenhada por Ford e por Arnold?). Aparentemente isso é tão válido para os robôs quanto para os humanos, mas Maeve ainda tem um bom caminho a percorrer antes de alcançar a consciência.
Ou seja, foi uma season finale bem respeitável em termos de resolução de mistérios (o que, como já comentei, é bem justo, pra uma história que fala tanto de narrativas).
Mas sobraram muitas pontas ainda…
Qual o motivo dessa nova narrativa instalada na Maeve?
Onde estão a Elsie e o Stubbs?
Qual era a real intenção da mesa de diretores da Delos?
O Abernathy conseguiu sair do parque? Ford sabia? E se sabia, o que fez em relação a isso?
São todas combustível para nossas discussões e infinitas teorias, ao menos até 2018, quando devemos ver a segunda temporada!
Veja também aqui no Justiça Geek:
Westworld – Palpites do Justiça Geek para a Season Finale!
Westworld – O que dizer dessa nova série que só vi metade e já considero pacas?
Westworld – Por que já sabíamos o que ía acontecer no 9º episódio
Rafael Esteque
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