Y: O Último Homem Vol. 3 – Uma nova sociedade!

Dando prosseguimento a uma das séries mais interessantes do Selo Vertigo nos últimos 15 anos, a Panini lançou o terceiro volume de luxo de Y-O Último Homem, obra escrita por Brian K. Vaughan e desenhada por Pia Guerra (e alguns artistas convidados).

 

Neste volume continuamos a acompanhar a jornada de Yorick Brown como um “salvador da humanidade” após a extinção de todos os seres vivos com cromossomo Y por uma espécie de praga desconhecida. Acompanhado pela agente 355 e a Doutora Mann, Yorick cruza os EUA em busca de respostas e soluções para a dizimação dos homens, mas é claro que ele enfrentará diversos problemas durante sua viagem.

Aqui conhecemos novas histórias de como pessoas reagiram ao dia em que a extinção dos homens aconteceu. Um dos casos mais interessantes é a de uma comissária de bordo que, ao ver todos os homens morrerem durante um voo, incluindo piloto e co-piloto, e um clima de histeria assolar a aeronave, tem a missão de pousar o avião e tentar salvar o maior número de pessoas possível.

Um dos pontos mais interessantes deste volume é acompanharmos a adaptação da sociedade ao seu atual estado. A infecção dos homens já aconteceu há algum tempo e as mulheres já assumiram os papéis anteriormente ocupados apenas por eles. É claro que, como em qualquer cenário pós-apocalíptico, sempre há aqueles que se aproveitam da situação vulnerável das pessoas para infringir sofrimento. Assim sendo, também vemos surgir um forte cenário de pirataria, tráfico de alimentos e de drogas, que passam a assolar diversos país devido aos altos índices de depressão e a necessidade de fugir desta realidade.

O reaparecimento de Hero, irmã de Yorick que todos pensavam estar morta, traz uma nova dinâmica ao grupo de protagonistas. A personagem, que antes era tratada como uma espécie de vilã devidos à suas ações no primeiro volume da série, está buscando redenção e ao mesmo tempo ficamos sabendo mais sobre seu passado, que teve alguns momentos bem tristes, inclusive envolvendo casos de abuso.

Também é a primeira vez que vemos Beth, a namorada de Yorick que se encontra em uma região isolada da Austrália, e acompanhamos sua perspectiva sobre a dizimação dos homens. Acredito que ela e Yorick se encontrarão em breve.

Vaughan é definitivamente um dos maiores roteiristas da atualidade. Seu roteiro é muito bem-humorado em alguns pontos, mas brilha em suas críticas muito precisas com a relação á nossa sociedade atual, tocando em pontos como machismo, igualdade de gêneros, extremismo, entre outros. O ritmo das histórias não cansa em nenhum momento e ele sempre consegue manter o leitor interessado em saber os próximos acontecimentos da história.

O trabalho de Piá Guerra não fica para trás, com uma arte dinâmica e competente. Acredito que ela também deve dar diversas opiniões no roteiro, ajudando a passar o ponto de vista feminino em diversas situações.

O acabamento da edição da Panini é muito bom, em capa dura, papel de boa qualidade e belo acabamento. Tenho algumas críticas quanto à tradução e notas editoriais, que estão ausentes em alguns momentos importantes. Não são erros que chegam a impactar a leitura, mas fica aqui o puxão de orelha.

Y–O Último Homem é sem dúvida alguma uma das melhores séries já publicadas no selo Vertigo. Se você procura uma história divertida, mas ao mesmo tempo crítica, Y – O Último Homem é uma excelente opção.

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Ficha Técnica

Editora : Panini
Ano de lançamento: 2017
Páginas: 320
Preço: R$ 98,00
Onde encontrar: Livrarias e lojas especializadas

 

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Lucas Araújo

Programador, estudante de TI e co-fundador do Justiça Geek. Fanático por quadrinhos, aficionado por filmes e séries, leitor faminto, gamer esporádico e músico (muito) frustrado. Gosta de falar sobre tudo isso em seu tempo livre(ou até mesmo quando não está tão livre...), debatendo questões essenciais para a humanidade como quem vence um crossover entre super- heróis, qual é seu escritor favorito e se um filme foi bem feito.