De volta a mais um texto da nossa coluna “Recomendação da semana”, na qual os colaboradores do Justiça Geek se revezam para fazer uma recomendação de algo interessante que tenham consumido nos últimos tempos seja uma HQ, um livro, um filme, uma série, um jogo etc. E nessa semana aproveitarei para falar sobre uma HQ lançada recentemente e que gerou diversos comentários do público. Falarei sobre DC Universe Rebirth.
Se você está acompanhando as últimas notícias do mundo dos quadrinhos, sabe que a DC está promovendo uma nova reformulação em sua linha editorial. A editora está fazendo isso pois percebeu que os Novos 52 (reboot que a editora promoveu em 2011) mais afastou do que aproximou leitores, já que muitas das características que tornavam os personagens especiais foram perdidas e um clima mais sombrio tomou conta dos títulos da DC. Fora que a DC está há muito tempo sofrendo com uma queda nas vendas de seus títulos, vendo a Marvel se distanciar cada vez mais na liderança.
Escrito por Geoff Johns e desenhado por Gary Frank, Ethan Van Sciver, Ivan Reis e Phil Jimenes, DC Universe Rebirth tenta trazer de novo a esperança ao Universo DC. Na história temos Wally West, o segundo Flash (terceiro se considerarmos Jay Garrick), que na realidade dos novos 52 não existe mais. Descobrimos que isso aconteceu pois após o evento FlashPoint (ou ponto de ignição), Wally ficou preso na força de aceleração. Wally tenta voltar à realidade para avisar que um grande perigo está vindo, algo que também roubou 10 anos da cronologia do Universo DC.
Achei bastante interessante as várias analogias que Johns emprega na trama, fazendo com que Wally atue como se fosse o antigo leitor que gostaria de ver os heróis que aprendeu a gostar de volta às revistas. Por mais que a iniciativa Novos 52 tenha tido bons títulos, provou a longo prazo ser uma decisão equivocada com relação ao rumo que os heróis deviam seguir. Ver Wally de volta foi gratificante, já que foi o Flash que cresci assistindo (na animação da Liga) e lendo, e a cena do reencontro dele com o Barry é realmente muito emocionante.
Quanto ao fato de o grande perigo que Wally menciona estar relacionado à Watchmen, realmente não curti, pois não acho que esta HQ deveria ser usado na cronologia regular. Porém compreendo que aqui Johns está usando Watchmen como uma metáfora para a falta de esperança e o clima sombrio que os quadrinhos assumiram após seu lançamento. De qualquer forma, pelo menos nessa primeira edição, não há nada que interfira na história original de Watchmen, a famosa Graphic Novel está imaculada e não irá sofrer nenhum dano por causa do Rebirth, podem ficar tranquilos.
Ter Geoff Johns no comando da parte criativa, tanto nos quadrinhos quanto na TV e no cinema, fará um bem enorme à DC. Johns respeita e gosta muito dos aspectos mais clássicos dos super-heróis, de tudo que eles representam e acho que conseguirá fazer com que a DC volte ao seu rumo novamente. Recomendo que você acompanhe esta revista e os novos títulos da editora, pois você não precisa saber exatamente o que estava acontecendo antes, só precisa gostar desses personagens. A DC parece ter um futuro promissor.
Lucas Araújo
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