Trilha Sonora- Trocas de vocalistas que deram certo

Olá Justiceiros! Hoje irei falar de música pois este é mais um texto da “Trilha sonora”, uma coluna(com periodicidade indefinida rs) na qual indico alguns álbuns que tenham uma temática em comum. E o Tema de hoje será “Quando a troca de vocalistas deu certo”.

Muitas vezes o vocalista de uma banda é a figura central da mesma e quando esta figura sai da banda, por diversos motivos como briga de egos, morte ou alguma doença, ficamos apreensivos em como a banda irá continuar suas atividades. Nos álbuns que indicarei hoje a troca de vocalistas não poderia ter sido mais certeira.

Deep Purple- Burn

Quando, em 1973, Ian Gillan resolveu deixar a banda no auge de sua formação clássica, devido a diversos conflitos com o guitarrista Ritchie Blackmore, o futuro da banda ficou nebuloso. Para piorar o baixista Roger Glover também resolveu sair da banda pois descobriu que seus colegas queriam demiti-lo

Pois bem, para o posto de baixista a banda resolveu recrutar Glenn Hughes, que na época fazia parte da banda Trapeze, e inicialmente Glenn seria o vocalista também. Mas a banda resolveu que queria um frontman e convocou, na época um completo desconhecido, David Coverdale (que mais tarde fundaria o Whitesnake).

A adição destes dois membros aliado à liberdade que eles tiveram nas composições modificaram o som da banda. O Hard Rock mais direto e tradicional foi transformado em um som com altas influencias de Soul e Blues, já que Coverdale e Hughes eram fãs de músicos desses gêneros.

Há muitos destaques neste disco, entre eles a faixa-título, Might Just Take Your Life e uma das mais belas baladas já compostas, Mistreated. Coverdale e Hughes dão um show nos vocais, tanto em seus momentos solos quanto nas belíssimas harmonias.

Além de ter dado destaque a duas figuras que se tornariam grandes lendas do Rock, o álbum também vendeu muito bem. Vendeu mais de 500 mil cópias nos EUA e bateu a marca de 100 mil cópias na terra natal dos integrantes, o Reino Unido. Álbum essencial da história do Rock.

Setlist

01- Burn
02- Might Just Take Your Life
03- Lay Down, Stay Down
04- Sail Away
05- You Fool No One
06- What’s Goin’ On Here
07- Mistreated
08- A 200

David Coverdale – vocal
Ritchie Blackmore – guitarra
Glenn Hughes – baixo, vocal
Jon Lord – teclados, órgão Hammond
Ian Paice – bateria, percussão

Black Sabbath- Heaven and Hell

Ozzy Osbourne é um ícone do Rock. Você pode não gostar dele, acha-lo tecnicamente fraco, mas é inegável a importância que ele teve para a criação do Heavy Metal junto a Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward no Black Sabbath. Quando Ozzy foi demitido da banda, devido aos seus excessos e vício em drogas, os fãs pensaram que não haveria um substituto à altura.

Ainda bem que isso não era verdade. Tony Iommi conheceu o recém demitido vocalista do Rainbow, Ronnie James Dio, e após uma audição resolveu que ele seria o vocalista do Sabbath. E essa escolha não poderia ter sido mais acertada! Dio foi um dos maiores vocalistas da história.

Quais os destaques do álbum? Vários, ele é repleto de clássicos do Heavy Metal mas quero enfatizar a faixa-título que possui um dos meus riffs favoritos de todos os tempos, a bela Children Of The Sea e Die Young. A essência da banda permanecia na música, mas Dio trouxe mais melodia, poesia e uma poderosa voz que foram adições muito acertadas ao som da banda.

O disco foi muito bem recebido, tendo alcançado disco de ouro nos EUA, Reino Unido e Canadá em apensas 1 ano.Definitivamente um dos grandes clássicos do Heavy Metal.

Setlist

01- Neon Knights
02- Children Of The Sea
03- Lady Evil
04- Heaven And Hell
05- Wishing Well
06- Die Young
07- Walk Away
08- Lonely Is the Word

Ronnie James Dio – vocal
Tony Iommi – guitarra
Geezer Butler – baixo
Bill Ward – bateria, percussão
Geoff Nicholls – teclados

AC/DC- Back In Black

O AC/DC estava construindo sua carreira e se tornando uma grande banda nos anos 70. Após o lançamento de Highway To Hell, em 1979, a banda explodiu e se tornou um grande nome do gênero. Mas um ano depois, uma tragédia atingiu a banda: a morte de Bon Scott.

Os membros da banda pensaram em acabar com a mesma, pensando que nunca conseguiriam um substituto para Bon. Mas ainda bem que eles estavam errados e encontraram o substituto no vocalista britânico Brian Johnson. A banda mudou, mas manteve sua essência, o que é o mais importante numa mudança desse tipo.

Back In Black é um divisor da carreira do AC/DC. Possui grandes clássicos como Hells Bells, You Shook Me All Night Long e a faixa título. Além disso, foi um grande sucesso comercial, hoje é o disco mais vendido do Rock e o segundo mais vendido da história ficando apenas atrás de Thriller, do Michael Jackson.

Ouça-o no volume máximo e aprecie a forma mais pura do Rock n’ Roll.

01- Hells Bells
02- Shoot To Thrill
03- What Do You Do For Money Honey
04- Givin’ The Dog A Bone
05- Let Me Put My Love Into You
06- Back In Black
07- You Shook Me All Night Long
08- Have A Drink On Me
09- Shake A Leg
10- Rock And Roll Ain’t Noise Pollution

Brian Johnson – vocal
Angus Young – guitarra solo
Malcolm Young – guitarra base, backing vocals
Cliff Williams – baixo, backing vocals
Phil Rudd – bateria

Iron Maiden- The Number Of The Beast

Após dois discos com Paul Di’Anno, os excelentes Iron Maiden e Killers, o Iron Maiden decidiu demitir o vocalista devido ao seus excessos, principalmente o vício em drogas. Depois de alguns testes, resolveram escolher o vocalista da banda Samson, o até então desconhecido Bruce Dickinson. E esse foi um dos pontos que transformaram o Heavy Metal.

Bruce trouxe mais melodia ao som da banda e vocais muito mais poderosos que o seu antecessor. Também demonstrou ser um compositor de primeira, abordando vários temas em suas letras. Mas não é só Bruce que demonstrou grande capacidade nesse disco. Steve Harris demonstra toda sua habilidade no baixo e em suas composições, as guitarras gêmeas de Andria Smith e Dave Murray demonstram o porquê desta ser uma das duplas mais importantes do instrumento e Clive Burr faz uma apresentação muito competente, com linhas de bateria que você reconhece até hoje.

Grandes clássicos estão nesse disco: a faixa-título, Run To The Hills, Hallowed Be Thy Name e uma faixa que gosto muito mas não é muito tocada pela a banda ao vivo que é Children of the Damned. Um álbum que mudou a história da música pesada.

1- Invaders
2- Children of the Damned
3- The Prisoner
4- 22 Acacia Avenue
5- The Number of the Beast
6- Run to the Hills
7- Gangland
8- Total Eclipse
9- Hallowed Be Thy Name

Steve Harris – baixo)
Clive Burr – bateria)
Bruce Dickinson- vocais)
Adrian Smith – guitarras)
Dave Murray – guitarras)

Helloween – Master Of The Rings

Esse disco não está aqui exatamente por sucesso comercial mas por gosto pessoal mesmo. Muita gente prefere a fase anterior da banda, e eu gosto bastante também, mas a abordagem do som desta fase específica me agrada mais.

Pois bem, o Helloween após o grande sucesso dos Keepers entrou em decadência. Os discos seguintes não foram bem sucedidos e eles tentaram experimentações que afastaram muitos fãs. Os membros mais importantes, Kai Hansen (o fundador da banda) e Michael Kiske (vocalista e um dos principais compositores), saíram da banda por divergências pessoais e profissionais. O baterista Ingo Schwichtenberg deixou o grupo por passar a apresentar problemas mentais, principalmente depressivos, relacionados à esquizofrenia, que se aliaram ao uso exagerado da cocaína. Parecia que a banda ia realmente acabar.

Mas aí Andi Deris, ex-Pink Cream 69, foi contratado para os vocais e Uli Kusch, ex-Gamma Ray, assumiu a bateria. Isso fez com que o som da banda mudasse bastante, do tradicional Power Metal (gênero que a banda é uma das criadoras) para um Heavy Metal com fortes influências de Hard Rock.

O álbum como um todo é muito bom, mas se for pra apontar algum destaque eu diria que Sole Survivor, Where The Rain Grows, Why?,Mr. Ego (Take Me Down) e Perfect Gentleman são músicas dignas de serem destacadas.

O sucesso do álbum colocou o Helloween no rumo novamente. Master of The Rings chegou à 23ª posição nas paradas alemãs e ao 6° lugar nas japonesas, posições mais altas que o Helloween já atingiu até hoje em tais países.

01- Irritation (Weik Editude 112 In C)
02- Sole Survivor
03- Where The Rain Grows
04- Why?
05- Mr- Ego (Take Me Down)
06- Perfect Gentleman
07- The Game Is On
08- Secret Alibi
09- Take Me Home
10- In The Middle Of A Heartbeat
11- Still We Go

Andi Deris – vocal, violão
Michael Weikath – guitarra, backing vocals
Roland Grapow – guitarra, backing vocals
Markus Grosskopf – baixo, backing vocals
Uli Kusch – bateria

Bem, e essa foi a minha lista de trocas de vocalistas que deram certo. Deixei algumas coisas de fora (como Sammy Hagar no Van Halen) mas você pode deixar aí nos comentários quais os discos que você gostaria de citar, o feedback é sempre muito importante.  Até a próxima Trilha Sonora!

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Lucas Araújo

Programador, estudante de TI e co-fundador do Justiça Geek. Fanático por quadrinhos, aficionado por filmes e séries, leitor faminto, gamer esporádico e músico (muito) frustrado. Gosta de falar sobre tudo isso em seu tempo livre(ou até mesmo quando não está tão livre...), debatendo questões essenciais para a humanidade como quem vence um crossover entre super- heróis, qual é seu escritor favorito e se um filme foi bem feito.