Dando sequência à publicação do Justicero do selo Marvel Max escrito por Garth Ennis, a Panini lançou o segundo volume da série, com o nome de Mãe Rússia. O primeiro volume da série já foi resenhado aqui no site, dá uma olhada no texto pois lá eu falo um pouco mais sobre a origem do selo Max e as pretensões de Ennis ao assumir a série.
Em Mãe Rússia temos a compilação de três arcos, sendo eles o que dá título ao encadernado, A Volta dos Que Não Foram e Os Escravistas. No primeiro, Frank Castle é convocado por Nick Fury a prestar uma missão extraoficial para os EUA, que consiste no resgate de uma garotinha filha de um cientista russo que está confinada em instalações na Sibéria e que é portadora de um supervírus considerado a arma química mais poderosa do planeta. Ele aceita o serviço em troca de uma lista com informações sobre diversos criminosos em atividade nos EUA, mas tem de ser acompanhado por um soldado americano que aparenta ter pensamentos diferentes sobre a missão.
Em A Volta dos Que Não Foram temos mais um confronto entre Castle e a máfia irlandesa, quando um dos mafiosos que escapou do massacre feito por Frank no volume anterior profana o túmulo da família Castle e divulga as imagens em rede nacional, o que leva ao Justiceiro a uma fúria incontrolável. Em paralelo há uma trama sobre a restruturação da máfia irlandesa, com uma intensa briga de facções pelo poder e o envolvimento da polícia.
Em Os Escravistas, Castle tem contato resgata uma garota que acaba se revelando uma das vítimas de tráfico de mulheres do leste europeu para os EUA. Quanto mais o Justiceiro se aprofunda no caso, mais ele descobre quão suja e desprezível é a rede de tráfico e decide desmantelar toda essa organização. Mas ele sabe que não importa o que ele faça, esse problema não irá desaparecer apenas matando criminosos.
Ennis continua utilizando as histórias do Justiceiro para tecer diversos comentários sobre a política e a sociedade norte-americana, não poupando palavras e sendo bastante contundente nas temáticas que resolve abordar. Ressalto como exemplo disso o arco Os Escravistas, no qual ele trata um assunto muito grave de forma bastante séria e direta, sem aliviar em nenhum momento. Como já comentei, Justiceiro Max não é apenas uma série sobre um ex fuzileiro que assassina criminosos, é uma espécie de análise da sociedade dos EUA pós 11 de Setembro.
Quanto a arte, neste volume os responsáveis por ela são Doug Braithwaite e Leandro Fernández. Ambos os artistas são competentes ao trazer todo o realismo que os roteiros de Ennis pedem, com uma representação da violência bastante condizente com o que o texto do roteirista irlandês quer transmitir. Tudo isso é muito bem complementado pelas incríveis capas de Tim Bradstreet
A publicação da Panini segue o padrão da Linha Marvel Deluxe, em capa dura, papel de ótima qualidade e bom trabalho editorial, com textos introdutórios bastante interessantes sobre a série e o contexto no qual ela foi escrita, elaborados pelo editor Paulo França. A publicação tem um alto valor de capa, mas é um daqueles casos em que vale cada centavo investido.
Justiceiro – Mãe Rússia é mais um exemplo do que Garth Ennis consegue fazer quando se propõe a escrever um quadrinho sério, ao contrário das famosas séries pueris que costumo chamar de gibi adulto para adolescentes de 15 anos. Esta série com certeza vale seu dinheiro e seu tempo. Não perca tempo e leia.
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Ficha técnica
Editora : Panini
Ano de lançamento: 2018
Páginas: 424
Preço: R$ 124,00
Lucas Araújo
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