O cancelamento de Sense 8: mais uma vez a Netflix nos deixa órfãos

Salve, Justiceiros!

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É isso aí mesmo que você leu no título: Sense 8 foi cancelada. A notícia foi divulgada hoje e se você, assim como eu, tava achando a série uma das mais legais dos últimos tempos, vai receber isso como uma notícia bem chata. Netflix já havia me apunhalado no coração quando cancelou Marco Polo, e agora isso…

Tô numa correria danada e quase não tenho conseguido escrever aqui por Justiça, mas achei que valia a pena fazer um comentário ou dois sobre o tema.

Eu não acompanho muito Twitter, então não sabia, mas aparentemente Brian J. Smith (que interpreta o Will) já havia dado uma dica de que isso poderia acontecer, e os fãs começaram a trabalhar desde terça-feira a tag #RenewSense8. Mas não foi suficiente.

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Sense 8, criada pelas irmãs Lanna e Lilly Wachowski (as mesmas responsáveis por Matrix), tinha um roteiro inteligente, personagens carismáticos e era provavelmente a história com mais representatividade social que podíamos ter esperança de ver, especialmente no que diz respeito ao público LGBT/GLS.

E a parte mais chata é saber que o cancelamento muito provavelmente tem um motivo bem bem simples: grandes empresas tem metas de lucro, calculadas de acordo com o quanto elas investem. Provavelmente a série não deu audiência mínima que eles esperavam pro tamanho do investimento que estavam fazendo, e que pelo jeito era alto… E daí eles estão pouco ligando se uma base de fãs que se formou vai ficar triste ou indignada. Nós podemos pensar que um ep. especial de encerramento seria o mínimo que eles poderiam fazer, pra pelo menos ter uma conclusão, mas é um esforço que matematicamente não vale a pena pra eles. Simples assim.

Segundo informações da Wikipedia em inglês, que costuma ser confiável, a primeira temporada teve um custo médio por episódio de 4,5 milhões de dólares, e a segunda 9 milhões por episódio. Considerando que a primeira temporada teve 12 episódios e a segunda 11 (incluindo um especial de natal), a série deve ter custado para o Netflix algo em torno de 153 milhões de dólares até agora.

Não vou citar nomes aqui até por falta de dados reais, mas pra fazer uma pequena e rápida comparação, tem algumas séries por aí sendo renovadas por infinitas temporadas, mesmo tendo uma qualidade bem questionável de produção e roteiro, e não posso deixar de pensar que a principal razão pra isso seja o baixo custo dessas produções, porque aí mesmo que elas não gerem um lucro bombástico, continuam valendo a pena para a empresa que as produz.

Fazendo outra comparação rápida, quando esse tipo de fracasso acontece com a bilheteria de um filme, ele pode acabar se tornando um clássico cult e/ou ter seu valor cultural revisado anos depois. Guardadas as devidas proporções, é o caso de filmes considerados clássicos hoje como Blade Runner, Clube da Luta, A Fantástica Fábrica de Chocolate, O Quinto Elemento e Scarface. E é o que eu espero que aconteça com Sense8, que além de tudo tinha um roteiro bem original (o que é bem difícil hoje, no meio de tantas adaptações de uma mídia pra outra).

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Começo, talvez, lá no fundo, a torcer para que as produções que eu curto, sejam series ou filmes, não tenham um orçamento tão grande. A qualidade pode até cair um pouco, mas pelo menos fica mais fácil de a produção se pagar e ter uma continuidade.

Tem muito mais coisas que daria pra comentar, mas era pra ser um texto rápido mesmo. Deixem suas opiniões nos comentários aqui embaixo que a gente vai conversando sobre o tema.

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Rafael Esteque

Advogado por formação, narrador por paixão, redator por vocação e músico por opção. Minhas anteninhas de vinil nunca funcionam. No 50º dia do meu nome, só espero que Gandalf me chame para uma aventura. Citação favorita: "In the game of thrones, a wizard is never late." Não, pera... ahn... "Do or do not. There is no Hakuna Matata." Não... ahn... Ok, vocês entenderam.