Entre os dias 4 e 8 de dezembro rolou a CCXP 2019, a sexta edição do evento que entrou no calendário nerd mundial. A cada ano o evento cresce mais, com grandes atrações, aumento de público (esta foi a primeira edição em que os ingressos de todos os dias foram vendidos) e aumento de sua relevância perante a outros eventos que acontecem no mundo. Estive por lá no dia 6 (sexta-feira) e, como tradicionalmente fazemos, falarei um pouco sobre o que vi por lá.
O evento tradicionalmente apresenta uma grande variedade de atrações que agradam os mais diversos públicos, sejam estandes de grandes estúdios repletos de atividades (e filas), lojas vendendo produtos exclusivos, atores de grande blockbusters do cinema e de séries de tv, Meet & Greet com os mesmos, e o grande motivo que me faz ir todo ano ao evento, seu coração, minha área favorita do evento na qual passo a maior parte do tempo: O Artist’s Alley.
Com mais de 500 artistas, está área apresentava uma enorme variedade de trabalhos. Lá você podia adquirir prints, pins, páginas originais, quadrinhos e pegar autógrafos de seus artistas favoritos. Este ano estavam presentes no evento: Frank Quitely, Eduardo Risso, Tim Bradstreet, Joelle Jones, Neal Adams (dono de um dos apertos de mão mais fortes que já vi), Orlandeli, Felipe Massafera, Gustavo Borges, Fabio Moon, Gabriel Bá, Cristina Eiko, Paulo Crumbim, Carlos Estefan, Pedro Mauro, Jefferson Costa, Fefê Torquato, Vitor Cafaggi, Camilo Solano, Cris Peter, Danilo Beyruth, Rafael Grampá, Mike Deodato Jr., entre outros grandes nomes, como Frank Miller, que não estava no Artist Alley, mas que mais uma vez promoveu sessões de autógrafo muito concorridas. É sempre muito legal poder conversar com seu autor favorito, entender sobre seu processo criativo, ficar sabendo de novos projetos e adquirir novos trabalhos. Eu recomendo esse tipo de experiência para qualquer fã de quadrinhos.
Ao lado do Artist’s Alley estava localizado o sempre belo estande da Chiaroscuro Studios, local no qual há sessões de autógrafos com diversos artistas de renome agenciados pela empresa como Ivan Reis, Daniel HDR, Joe Prado, Márcio Fiorito, Márcio Hum e RB Silva. Havia a venda de prints muito bonitos no local e novamente a oportunidade de conversar com grandes nomes da indústria, assim como avaliação de portfólio para artistas iniciantes.
Falando em artistas, consegui algumas informações bem legais com alguns deles. A dupla Carlos Estefan e Pedro Mauro, autores do excepcional Gatilho, estavam lançando o último volume de sua trilogia de faroeste e me garantiram que já estão com um novo projeto em mente, que não seguirá a temática faroeste. Pelo o que conversei com o Pedro, tem muita chance de ser algo de Fantasia, já que ele gosta bastante de histórias do gênero. Rafael Grampá disse que já estava cansado de falarem que ele não publicava mais quadrinhos e que em todo tempo em que ficou em hiato ele estava escrevendo coisas, que com certeza veremos nos próximos anos. Com seu retorno ao lado de Frank Miller para uma história ambientada no universo de Cavaleiro das Trevas, o nome dele está novamente em evidência e espero que volte com tudo para o mercado. Jefferson Costa, desenhista do excepcional Jeremias – Pele (vencedor do Jabuti), estava lançando seu novo trabalho “Roseira, Medalha, Engenho” e outras histórias, e tivemos uma longa conversa sobre seu processo criativo, a importância das pessoas se identificarem com as histórias que leem e futuros projetos. Ele me disse que o roteiro da segunda Graphic MSP do Jeremias já está pronto, escrito pelo excelente Rafael Calça, e que deve começar a trabalhar na arte nos próximos meses. Esse é um trabalho que eu estou muito ansioso para ler.
O evento tem seus pontos negativos, sem dúvidas. As imensas filas para visitar alguns estandes, a confusão que aconteceu na fila para o painel do Star Wars em que houve um problema de comunicação entre o evento e o público, o problema que aconteceu na fila de Frank Miller na qual algumas pessoas tiveram sua quantidade de itens autografados diminuída para agilizar a sessão de autógrafos, o alto preço dos alimentos dentro do evento, a falta de uma revista mais minuciosa na entrada do evento (que sequer tem detector de metais) entre outras coisas. Infelizmente isso é difícil de ser contornado em eventos de alta demanda como este e é preciso dizer que ao menos o evento está ouvindo seu público, pois eles vem melhorando bastante a questão de organização (as filas do Artist’s Alley deste ano foram as mais organizadas que eu já vi), a lotação parece ter sido reduzida pois, mesmo vendendo todos os ingressos, senti que o evento não estava tão cheio quanto em outros anos e também senti uma sensível melhora na disposição das atrações, para que o público possa trafegar de forma mais tranquila. Evidentemente o evento deve continuar melhorando para mitigar cada vez mais os problemas que venham a ocorrer.
O evento é a oportunidade de reencontrar amigos, conhecer novos trabalhos, conversar com artistas que admiramos, comprar itens bem legais, e por isso continuo achando que vale a pena. No final de cada edição você sempre acaba ficando ansioso para a próxima e eu espero que o evento continue evoluindo. Se você parar pra pensar que há 6 anos não havia nenhum evento dessa magnitude em nosso país, os organizadores apresentaram uma evolução muito rápida. Que venha a CCXP 2020!
Lucas Araújo
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