Julianne Moore, em 2015, ganhou o Oscar de Melhor Atriz pelo seu emocionante trabalho em Para Sempre Alice, onde interpretou uma professora de linguística que sofreu de Alzheimer. Ela volta em um papel igualmente sensível em Amor Por Direito (Freeheld, título original), dando vida a Laurel Hester, uma policial que descobre câncer em estado avançado. Ela possui um relacionamento com Stacie (Ellen Page) e deseja que sua pensão, quando morrer, vá para sua companheira. Entretanto, o estado americano não apoia a ideia e inicia nesse momento a luta pelos direitos iguais. Toda a história é inspirada em fatos reais.
O roteiro de Ron Nyswaner acerta ao tratar o relacionamento de ambas e também a questão dos direitos para casais do mesmo sexo. É mais que uma história de amor, é uma luta por direitos constitucionalmente iguais. Contudo, o roteiro é um pouco fraco. Durante os primeiros quarenta minutos, se insere uma trama policial que não acrescenta em nada à história. Servia apenas para mostrar o quanto a personagem de Moore era importante e boa policial. O foco do relacionamento foi rápido, mas o trabalho tocante das atrizes fez valer a emoção e o amor. Após os quarenta minutos, o filme toma a forma que emociona e é perceptível a crescente melhora.
A direção é competente, mas sem grandes destaques. O mesmo vale para a direção de fotografia, apesar desta se destacar nas cenas em que as personagens estão na praia. Cria-se um clima bem intimista. Outro destaque é a caracterização das atrizes, onde Julianne Moore, em alguns momentos, lembra a real Laurel Hester — principalmente o cabelo com toques de Farrah Fawcett.
O elenco é, talvez, o grande trunfo do longa. Julianne Moore é uma atriz impressionante e elogiá-la é chover no molhado. Sua construção minimalista, com uma leve mudança na voz e no comportar das mãos, é linda. Elle Page se sai muito bem, principalmente na reta final, onde ela mostra todo o seu talento e emociona com um simples olhar. Michael Shannon, policial e melhor amigo de Laurel no filme, também faz uma ótima interpretação. E Steve Carell está engraçado e leve como Steven com “v” de very gay, como ele mesmo se intitula no longa. Seu trabalho de composição é simples, mas encanta.
Amor Por Direito é um filme que faz emocionar e rir ao mesmo tempo e ainda debate questões essenciais para os dias de hoje. Vale a pena conferir e se entregar a essa história.
Avaliação do Filme: 8.0
Até a próxima, cinéfilos! 🙂
Montez Olivero
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