Papo Rápido – Os Eternos e Chloé Zhao, Kung Fu nos filmes da Marvel, futuro do JG, o aniversário do barbudo mais genial dos quadrinhos e os aumentos de preço!

Bem-vindos a mais um Papo Rápido, a coluna na qual falo um pouco sobre coisas que eu tenha lido, ouvido ou assistido nos últimos tempos. Conversas rápidas e reflexões aleatórias sobre obras da cultura pop.

Chloé Zhao estreia na Marvel

Desde que vi Nomadland, filme premiado com o Oscar de melhor diretora, melhor filme e melhor atriz este ano, fiquei curioso em como Chloé Zhao exploraria Os Eternos em seu vindouro filme, já que seria no mínimo diferente uma diretora acostumada com filmes independentes com um aspecto mais humano dirigindo um grande blockbuster de super-heróis. Agora que o filme estreou e eu pude assisti-lo, posso afirmar que essa mistura deu certo.

Originários dos primeiros seres a terem habitado a Terra, Os Eternos fazem parte de uma raça modificada geneticamente pelos deuses espaciais conhecidos como Celestiais. Dotados de características como imortalidade e manipulação de energia cósmica, eles são frutos de experiências fracassadas de seus próprios criadores, que também foram responsáveis por gerar os Deviantes, seus principais inimigos.

O filme tem gerado muita discussão entre gente que odiou e gente que gostou, muito porquê Zhao foge da fórmula Marvel para contar sua história. A diretora explora temas muito humanos, como a finitude da vida e a busca de um propósito, sob a perspectiva de seres muito poderosos que acabam se afeiçoando à raça humana. Há algumas reviravoltas na trama que surpreendem até aqueles que conhecem as versões dos quadrinhos dos heróis.

Zhao também faz cenas de ação que remetem a animes e trazem uma dinâmica interessante para um estilo de história que ficou um pouco saturado nos últimos anos. O filme tem alguns problemas, como ser um pouco arrastado e não dar mais espaço de cena para alguns personagens muito interessantes, mas no geral o saldo é muito positivo. Aposto que você vai gostar de Sersi (Gemma Chan), Ikaris (Richard Madden), Ajak (Salma Hayek), Thena (Angelina Jolie), Druig (Barry Keoghan), Kingo (Kumail Nanjiani), Phastos (Brian Tyree Henry), Gilgamesh (Ma Dong-seok), Makari (Lauren Ridloff) e Sprite (Lia McHugh).

Caso você se sinta seguro em ir ao cinema, recomendo que veja na maior tela possível, pois as cenas envolvendo os celestiais ganham outra dimensão quanto maior for a tela. Mas como sabemos que a pandemia ainda não acabou e que muita gente pode não se sentir segura em ir ao cinema (eu mesmo só fui porque o índice de vacinação da minha cidade está bem alta e os números de contágio e morte estão em queda há bastante tempo), não há problema nenhum em esperar pela estreia no Disney Plus. Nenhum filme vale um risco que você não quer correr.

Porradaria honesta em Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis

Recentemente Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis estreou no Disney Plus e eu finalmente pude assisti-lo. O filme tenta prestar uma homenagem a filmes clássicos de artes marciais, como os protagonizados por Bruce Lee e Jackie Chan, ao mesmo tempo que amarra as pontas da história com o Universo Marvel.

Em Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, acompanhamos a história de Shang-Chi (Simu Liu), um jovem chinês que foi criado por seu pai em reclusão para que pudesse focar totalmente em ser um mestre de artes marciais. Entretanto, quando ele tem a chance de entrar em contato com o resto do mundo pela primeira vez, logo percebe que seu pai não é o humanitário que dizia ser, vendo-se obrigado a se rebelar e traçar o seu próprio caminho.

O filme é divertido e traz uma dupla de protagonistas carismática representada por Simu Liu e Awkwafina (Katy), além de cenas de luta sensacionais, mas tem uma trama genérica e um final que pouco empolga. Além disso, há um problema de CGI bizarro durante algumas cenas, um negócio nível Chapolin, algo no mínimo estranho em um filme com um orçamento grande.

Eu quero ver as próximas aventuras de Shang-Chi no UCM, o personagem é bem trabalhado e Simu Liu demonstrou nas redes sociais toda sua empolgação em interpretá-lo. Para uma sessão de cinema em casa descompromissada, o filme entretém satisfatoriamente.

Próximos conteúdos do JG e um possível adiamento

O fim do ano está chegando e como temos tradição aqui no site, teremos a cobertura da CCXP (em sua segunda versão digital) e nosso texto de melhores leituras do ano. No entanto, devido a alguns compromissos e a necessidade de ler vários quadrinhos que estão na pilha de leitura, é provável que esse texto sobre as leituras deste ano seja publicado apenas em 2022. Ainda estou avaliando a questão, mas mantenho vocês atualizados, fechado?

No mais ainda teremos muitas resenhas e recomendações até o fim deste ano, então fique ligado.

O aniversário do Mago de Northampton

Como um grande fã de Alan Moore, não poderia esquecer de mencionar que no último dia 18 o autor completou 68 anos. Aqui no JG parabenizamos Moore sempre que surge a oportunidade e dessa vez não seria diferente.

Moore é um autor que ajudou a moldar minha visão de mundo e propiciou alguma das melhores obras que eu já li. Para comemorar seu aniversário, aproveite para ler nossos textos sobre suas obras. Aposto que você vai achar algo que te interesse.

Ah, aquela promessa de trazer mais textos sobre o autor aqui no JG ainda está de pé, viu? Só preciso me organizar melhor para apresentar obras dele com mais frequência.

O preço dos quadrinhos só aumenta, enquanto o salário ó…

Tenho visto várias discussões nas redes sociais sobre os aumentos que os quadrinhos estão tendo nos últimos meses, com foco nas publicações da Panini. Leitores afirmam de forma acalorada que se as editoras reduzissem a qualidade das publicações, tirando a famigerada capa dura, os preços caíram vertiginosamente. Infelizmente, essa é uma opinião de quem pouco conhece o mercado editorial brasileiro.

Primeiro que não são apenas os quadrinhos que estão mais caros, mas TODO tipo de produto. Se você frequenta mercados, deve ter percebido o aumento dos alimentos e outros itens essenciais. Tudo isso fruto da desastrosa conduta desse governo que destrói o país há quase três anos.

Segundo que o público leitor vem diminuindo, os pontos de distribuição como bancas e livrarias também e as editoras se encontram em um beco sem saída. As publicações não estão mais caras porque as editoras apostam em um acabamento mais luxuoso, na verdade o acabamento luxuoso é uma forma da editora fornecer alguma contrapartida para os preços que teriam que cobrar de qualquer forma. É um cenário caótico sob qualquer perspectiva.

Eu espero que isso mude e que os quadrinhos possam se tornar mais acessíveis. Para isso, o público pode ajudar fazendo algumas coisas. A principal delas, sem dúvidas, é votando direito em 2022. Você pode pensar que não, mas isso faz uma enorme diferença não só para o mercado de publicações, mas para aqueles que produzem produtos essenciais para a nossa sobrevivência.

E é isso. A coluna acabou um pouco pesada dessa vez, mas achei importante dar o recado. Você tem algo que gostaria de comentar sobre? Deixe aí nos comentários, vamos trocar ideias e recomendações. Até a próxima!

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Lucas Araújo

Programador, estudante de TI e co-fundador do Justiça Geek. Fanático por quadrinhos, aficionado por filmes e séries, leitor faminto, gamer esporádico e músico (muito) frustrado. Gosta de falar sobre tudo isso em seu tempo livre(ou até mesmo quando não está tão livre...), debatendo questões essenciais para a humanidade como quem vence um crossover entre super- heróis, qual é seu escritor favorito e se um filme foi bem feito.