2016 está acabando e pude ler muitos quadrinhos excelentes durante o ano. Alguns eu comentei aqui no site, seja em forma de Review ou de Recomendação da Semana, mas agora organizei uma lista com os 15 melhores em minha opinião. Lembrando que nessa lista não haverá apenas quadrinhos lançados esse ano mas sim os que eu li esse ano ou dei prosseguimento à leitura e eles não estão organizados em ordem de preferência. Sem mais enrolações, vamos à lista!
Hellblazer Infernal – Garth Ennis
Esse ano tivemos a conclusão da fase de Garth Ennis na revista de John Constantine e posso afirmar que é uma das fases mais consistentes que já li em quadrinhos. Ennis se mostra inspirado durante todo o run e amarra todas as pontas soltar deixadas durante a história. O último arco escrito por ele, O Filho do Homem, se passa um pouco depois de sua primeira passagem pelo personagem e é divertidíssimo. Misturando terror com humor negro, além de um pouco de quebra da quarta parede, Garth Ennis encerra sua fase com chave de ouro.
Quanto à arte, grande parte desta fase é ilustrada pelo parceiro de longa data de Ennis, o artista Steve Dillon (que infelizmente faleceu este ano). Por mais que possua limitações narrativas. Dillon consegue ilustrar muito bem toda a escrotidão e violência que Ennis quer passar em seu texto. Se você quer conhecer John Constantine, essa definitivamente é a fase que deve ser seu ponto de partida.
Astro City – Kurt Busiek, Alex Ross e Brent Anderson
Esses dias eu estava me perguntando: “Por que os veículos sobre quadrinhos não falam tanto sobre Kurt Busiek?”. O cara é um escritor super competente, com diversas obras de qualidade em seu currículo, mas não possui tanto hype quanto outros escritores. Astro City talvez seja sua obra prima.
A Panini deu prosseguimento à série este ano lançando com diversos encadernado, todos de muita qualidade, mas talvez o que mereça mais destaque seja “O Anjo Maculado” que narra a história de um ex-vilão que está buscando mudar de vida e ajudar as pessoas, se tornando o herói que seu bairro precisa.
Com arte do competente Brent Anderson e designs, capas e algumas ideias de roteiro de Alex Ross, Astro City é uma das melhores publicações sobre super-heróis em banca. Eu recomendo que você leia esta grande homenagem aos personagens que tanto gostamos e se lembre do motivo de gostarmos tanto desses personagens e suas histórias.
Homem Animal – Grant Morrison
A invasão de autores britânicos na indústria de quadrinhos dos EUA proporcionou diversas HQs super interessantes que hoje são muito cultuadas. Sob a tutela de Karen Berger esses autores tiveram a responsabilidade de revitalizar alguns personagens há muito tempo esquecidos pela DC. Alan Moore assumiu o Monstro do Pântano, Neil Gaiman reimaginou o Sandman e Grant Morrison revolucionou o Homem Animal.
A maneira como Morrison cria sua história com Buddy Baker, o alter ego do Homem Animal, é simplesmente incrível. Ele inicia sua fase com histórias que seguem o padrão de quadrinhos de super-heróis mas aos poucos evolui para uma narrativa que mistura metalinguagem, discussões sobre a indústria de quadrinhos, vegetarianismo, o arquétipo de super-herói e a crueldade de um criador para com suas criações. É revolucionário, poético e possui um dos finais mais impactantes que você verá em uma história em quadrinhos.
Considero Morrison um autor muito pouco regular mas quando o cara acerta é sempre uma grande obra. Vá atrás dos 3 volumes que englobam toda a fase dele com este personagem e garanto que você não vai se arrepender. Definitivamente um dos melhores lançamentos/relançamentos de 2016.
Mônica Força – Bianca Pinheiro
O selo Graphic MSP em sua maioria proporciona belíssimas releituras dos personagens de Mauricio de Sousa nas quais a essência dos personagens são mantidas, mas uma abordagem diferente proporciona novos aprendizados com esses personagens. Mônica Força não foge desse padrão.
Bianca Pinheiro demonstra todo seu talento ao tratar com sensibilidade um tema que nunca havia sido abordado em histórias da Mônica. Aqui a personagem tem que combater um problema que não será resolvido apenas com coelhadas e sua força física. Mônica terá que demonstrar sua força de maneira diferente, já que a resolução do problema não depende exclusivamente dela.
Uma das melhores HQs do selo e com certeza um dos grandes quadrinhos nacionais lançados esse ano. Estou correndo atrás de outras obras da Bianca então aguardem pois o nome dela ainda será citado aqui no site muitas outras vezes.
Gavião Arqueiro – Matt Franction e David Aja
Você já ouviu a frase “Não há personagem ruim mas apenas escritores ruins”? Pois é, ao ler o Gavião Arqueiro de Matt Fraction e David Aja você verá o quão verdadeira é esta afirmação.
O plot desta fase é mostrar o que Clint Barton faz quando não está com os Vingadores. O personagem tira sarro de si mesmo, é motivo de chacota por parte de seus vizinhos e se mete em diversas confusões junto à sua parceira Kate Bishop, que envolvem desde a Hydra até problemas para identificar seus tipos de flecha (sim, é sério).
Os roteiros leves e descontraídos de Matt Fraction e seus diálogos divertidíssimos prendem o leitor de maneira que poucos autores conseguem. David Aja provavelmente é um dos artistas mais habilidosos da indústria de quadrinhos atual, pois por mais que seu traço seja simples, sua capacidade de inovar na narrativa é assustadora e só se encontra algo semelhante nos trabalhos de Frank Quitely e John Romita Jr.
Se você procura um quadrinho divertido, Gavião Arqueiro é um acerto na mosca (trocadilho ruim eu sei, mas foi o que eu consegui bolar xD). Lembrando que a Panini só relançou metade da série em encadernados e pretende concluí-la em 2017 (vamos torcer por isso).
The Walking Dead – Robert Kirkman, Tony Moore e Charlie Adlard
Disse isso na minha lista do ano passado e repito: é impressionante a capacidade que Robert Kirkman tem em manter a qualidade em uma série tão longeva quanto The Walking Dead. Mesmo após 150 edições Kirman consegue manter o leitor empolgado e ansioso pela próxima edição.
A história de Rick Grimes é interessante pois seus maiores obstáculos não são os zumbis mas sim os últimos sobreviventes desse mundo pós apocalíptico. Acompanhar a transformação de Rick de um policial incorruptível até um homem que não mede esforços para que as coisas aconteçam como ele quer é instigante. Pode ter certeza que enquanto for publicada The Walking Dead estará entre as minhas melhores leituras. Bem que uma editora competente podia assumir a publicação por aqui, já que a HQM não tem dado contar de lançar a série…
Confira nossa Recomendação da Semana de The Walking Dead!
Vagabond – Takehiko Inoue
A história de Musashi Myamoto, um dos maiores espadachins da história, narrada por Takehiko Inoue, possivelmente é a melhor publicação em bancas na atualidade. Um primor de roteiro e arte, Vagabond com certeza te deixará de queixo caído.
O roteiro de Vagabond mistura filosofia e muita ação, mas a arte deste mangá é o que mais chama atenção. Cada quadro é feito com o cuidado que uma verdadeira obra de arte merece e faz você se questionar como um único artista é capaz de produzir algo nesse nível.
Vagabond é uma excelente pedida se você está procurando algo um pouco diferente do convencional do mundo dos quadrinhos. Aproveite que após várias tentativas de outras editoras, a Panini está conseguindo publicar o mangá no formato que ele merece e nos dá a perspectiva de que não abandonará a obra antes do fim.
Confira nossa Recmendação da Semana de Vagabond!
Y – O Último Homem – Brian K. Vaughan e Piá Guerra
O que aconteceria se uma praga de origem desconhecida dizimasse os machos de todas as espécies que habitam o planeta terra? Y – O Último Homem tenta trazer uma resposta para essa situação.
Este quadrinho narra a história do jovem ilusionista Yorick Brown e de seu macaco Ampersand, os únicos sobreviventes da praga que assolou o planeta e dizimou todos os machos. Com a extinção dos homens, as mulheres têm que assumir o controle da sociedade e é aí que mora a genialidade do roteiro de Vaughan. O escritor discute questões como a diferença de força do homem e da mulher na sociedade, o porquê desta diferença existir, a separação de atividades na sociedade de acordo com o gênero, o extremismo de certos grupos entre outras. Tudo sendo tratado de maneira cuidadosa e as vezes bem-humorada. Claro que ter uma mulher na produção da HQ ajudou bastante na abordagem desses temas.
Y – O Último Homem é um ótimo quadrinho pra te fazer pensar e espero que a Panini conclua a série o mais rápido possível.
Confiram nosso review do primeiro volume da série!
Demolidor – Frank Miller e Klaus Janson
Finalmente a Panini concluiu o lançamento em formato de luxo deste que é o meu trabalho favorito de Frank Miller.
Em seu run no Demolidor, Miller revolucionou o personagem e construiu toda a sua mitologia, influenciando tudo que foi feito com Matt Murdock posteriormente. Ao ler esta fase fica evidente que a popular série da Netflix assimilou muitas das ideias de Miller como seu confronto com o Justiceiro, o Tentáculo, Stick, Elektra etc.
Além do excelente roteiro, Frank Miller e Klaus Janson oferecem uma arte que é diferenciada, que inova em aspectos narrativos e que traz uma novidade em cada edição. Um dos meus escritores favoritos trabalhando com um de meus personagens favoritos.
Como destaque cito a última edição do run, com a famosa roleta russa entre Demolidor e Mercenário que é uma das melhores coisas que eu já vi ser feita em uma história em quadrinhos. Indispensável pra qualquer fã de HQs.
Confiram nossa lista de recomendações de HQs do Demolidor
Miracleman – Alan Moore
Ao ler Miracleman parece que todas as outras histórias de super-heróis perdem 2 pontos. Sério, neste belíssimo trabalho Alan Moore constrói uma narrativa que te faz pensar ser a única possível caso um ser superpoderoso surgisse em nosso mundo.
A história de Mick Moran, um homem de meia idade que através de sonhos relembra ter sido o super-herói conhecido como Miracleman e através da palavra Kimota consegue reaver seus poderes, é um trágico conto de um ser superpoderoso que muda o mundo com seus dons porém sofre grandes perdas ao longo do processo.
Moore trabalha ideias que remetem ao Superman e ao Capitão Marvel (atual Shazam), conceitos que te fazem pensar nos motivos de nunca terem sido explorados (isso numa série publicada em 1982!). O final é apoteótico e reflexivo, algo impressionante que nos faz admirar um Alan Moore que mesmo em início de carreira já era brilhante. Leia Miracleman mas saiba que após finalizar a leitura, todas as outras histórias de super-heróis parecerão menos interessantes.
Talco de Vidro – Marcelo Quintanilha
Rosângela é uma dentista de classe média alta de Niterói, casada com um ginecologista renomado, mãe de dois filhos e que se considera feliz, pois tem uma vida perfeita. Mas, ao analisar profundamente, ela percebe que sua vida não é exatamente aquela que gostaria de levar.
Quintanilha se mostra um grande conhecedor da psique humana nesta obra ao demonstrar o quanto sentimentos reprimidos pode afetar a vida de uma pessoa. Ao contrapor a vida de Rosângela com sua prima Daniele, uma jovem que possui diversos problemas mas mesmo assim permanece feliz, o autor explicita diversas vertentes da inveja e da sensação de felicidade.
Talco de Vidro pode ser uma HQ sobre várias coisas, mas acho que o tema principal é o poder destrutivo da inveja na natureza humana e a partir disso trabalha suas consequências, como o preconceito. É visceral, é realista e te faz refletir. Definitivamente esta é uma daquelas leituras que acrescente muito em sua vida e pode ler sem medo de se arrepender.
Confiram nossa Recomendação da Semana de Talco de Vidro!
Blade – A Lâmina do Imortal – Hiroaki Samura
Mais um mangá na lista e coincidente também com a temática samurai, mas, diferente de Vagabond, Blade – A Lâmina do Imortal utiliza uma abordagem bem menos realista e mais lúdica.
A sinopse do mangá é a seguinte: Blade é ambientado no Japão Feudal, na metade da era Tokugawa, 2º ano da era Tenmei (1782). Um ronin, de nome Manji é contratado por um homem para matar todos aqueles que não pagarem impostos. Porém, ao perceber que estava matando inocentes, ele se revolta e mata esse homem e todos os seus 99 guarda-costas. Mas Manji fica gravemente ferido durante a luta e recebe os cuidados de uma monja, que acaba concedendo a ele o “o elixir da imortalidade”. Acontece que ele não pediu por aquilo, e agora terá que fazer um acordo com ela para conseguir recuperar seu “direito de morrer”.
Em sua jornada para redenção Manji acaba conhecendo Rin, uma jovem que viu seus pais sendo assassinados e que deseja vingança por isso. Manji acaba se tornando protetor da garota e nós acompanhamos a busca desses dois protagonistas pelos assassinos dos pais de Rin.
Blade é um mangá muito divertido com altas doses de ação e vários momentos massavéio. Além disso, Samura tenta passar alguns ensinamentos em sua obra que demonstram uma certa sensibilidade por parte do autor. A arte de Samura é um dos destaques da obra, pois é muito bem detalhada, com técnicas de desenho que nunca tinha visto e um acabamento especial nos movimentos finais de Manji em uma batalha. A arte de Blade realmente é de se encher os olhos.
Blade – A Lâmina do Imortal é uma das melhores publicações atualmente disponíveis em nosso país. O que você está esperando pra ler?
Bando de Dois – Danilo Beyruth
Bando de Dois traz a atmosfera dos Spaghetti Western (aqueles filmes de velho oeste produzidos na Itália por mestres como Sergio Leone) para o Nordeste brasileiro na época dos cangaceiros. Um quadrinho nacional por excelência.
Em bando de dois acompanhamos dois cangaceiros buscando vingança contra um general do exército que dizimou o bando deles. Nessa busca por vingança há espaço para muita ação, elementos sobrenaturais e um plano mirabolante para encurralar o general e seu exército.
Danilo Beyruth é um dos mais talentosos artistas brasileiros da atualidade, além de ser um cara super gente fina e que respeita seus fãs (pude conversar com ele em alguns eventos). Eu já havia lido Astronauta Magnetar e achado excelente, mas Bando de Dois mostra um artista com mais liberdade e controle sobre a história. Mesmo sendo em preto e branco, Beyruth consegue transmitir calor em sua obra, te faz sentir no Nordeste brasileiro, tanto por isso quanto com os regionalismos nos diálogos dos personagens, e te empolga até o final.
Bando de Dois é um quadrinho bastante premiado. Acompanhe os trabalhos de Danilo Beyruth, garanto que você não vai se arrepender.
Shade – O Homem mutável – Peter Milligan e Chris Bachalo
A forma como Peter Milligan utiliza a loucura como ferramenta para inibir qualquer limitação de criatividade é uma das coisas mais geniais que eu já vi feita nos quadrinhos. Com certeza é um escritor que todos deveriam prestar mais atenção.
Nessa série acompanhamos a história de Shade, personagem criado por Steve Ditko (criador do Dr. Estranho e co-criador do Homem-Aranha), um ser da dimensão Meta, que tem como missão na terra evitar que a loucura tome conta da América e transborde da Zona da Loucura, enquanto seu verdadeiro corpo e seu traje L (Traje Loucura, com poderes de distorção da realidade) estão na tal zona da Loucura. Ele vem parar na Terra depois de possuir o corpo do assassino condenado à morte Troy Grenzer, responsável pela morte dos pais e do namorado da jovem Kathy. No meio de tanta loucura Kathy resolve se unir à Shade em sua jornada contra a loucura na América.
O roteiro de Peter Milligan é sensacional, mas a arte bastante psicodélica de Chris Bachalo não fica abaixo e consegue transmitir todas as sensações que Milligan pretendia com seu roteiro. Por mais que eu ache que o segundo volume apresenta algumas oscilações de qualidade ao longo da trama, Shade ainda é uma das melhores séries publicadas pela Vertigo em minha opinião e espero que a Panini lance toda esta fase (que vai até a edição 70). Leia pra ontem.
Confiram nosso review do Volume 1 e do Volume 2!
O Escultor – Scott McCloud
Como eu disse lá no início do texto, essa lista não está em ordem de preferência e tem o objetivo apenas de citar minhas melhores leituras de 2016. Porém, se eu tivesse que citar apenas um item da lista pra que você lesse muito provavelmente O Escultor seria a minha escolha.
David Smith é um artista, mais precisamente um escultor, que nos tempos de faculdade alcançou sucesso ao chamar atenção de um mecenas moderno. Mas isso foi há muito tempo. Pouco tempo após ser alçado as festas mais badaladas de Nova York David se encontra em uma lanchonete tomando uma xícara de café, depressivo e com pouco dinheiro no bolso. Então ele é surpreendido por um tio que há muito tempo não via e começam a conversar sobre vários fatos passados. David não sabia que essa conversa iria mudar sua vida para sempre.
Não vou revelar muito da trama pra que você seja instigado a ler, mas posso dizer que David faz um grande sacrifício para que possa ter a habilidade de moldar qualquer coisa com suas mãos e assim reviver sua habilidade artística.
Scott Mccloud, um renomado teórico da área de quadrinhos, fala sobre várias coisas nessa belíssima HQ. Sacrifícios, amor verdadeiro, os limites para se fazer o que ama e questiona o leitor: O que você estaria disposto a fazer para atingir seus sonhos? E o que você faria caso fizesse um grande sacrifício e percebesse que aquilo não era bem o que você queria?
A trama possui reviravoltas que me fizeram voltar páginas, reler e entender que aquilo realmente estava acontecendo. Sério, este é um trabalho magnífico, que te faz pensar e te ensina muitas coisas. Garanto que ao terminar de ler O Escultor você será uma pessoa diferente do que era ao iniciar a leitura. Essa HQ não está apenas na lista de melhores de 2016 mas sim na lista de melhores obras que eu já consumi em minha vida.
Menções Honrosas
Preciso citar algumas HQs que por razões que não consigo explicar ficaram de fora da lista principal rs. Todas também apresentam alto nível de qualidade.
Yu Yu Hakusho – Yoshihiro Togashi
Foi muito divertido reviver as aventuras de Yusuke Urameshi pelo mundo espiritual. Kurama, Kuwabara, Hiei, Keiko, Genkai, Toguro e o próprio Yusuke são personagens que marcaram minha infância. Togashi é um artista que sabe muito bem imprimir diversas emoções em sua obra e a JBC merece os parabéns por relançar este mangá com uma edição de bastante qualidade.
Demolidor o Rei da Cozinha do Inferno – Brian Michael Bendis e Alex Maleev
A Panini deu prosseguimento ao relançamento desta excelente fase do Demolidor. Nesse encadernado Matt Murdock se cansa e resolve assumir o controle da Cozinha do Inferno. Claro que o restante da comunidade super-heroica não ficará calada diante desde fato e nem seus inimigos ficarão satisfeitos. Vários obstáculos atormentarão a vida de Murdock.
O roteiro com diálogos afiados de Bendis combina muito bem com a arte sombria de Maleev para nos trazer uma narrativa com um certo clima noir e que se assemelha muito a uma série de TV, te fazendo ficar ansioso pelo próximo capítulo. É sempre muito bom acompanhar boas fases dos seus personagens favoritos.
Confiram nosso review deste encadernado!
Fullmetal Alchemist – Hiromi Arakawa
Assim como disse sobre Yu Yu Hakusho, está sendo muito legal reviver essa história que acompanhei há muito tempo através do anime. A saga dos irmãos Elric é um dos melhores mangás shonen que eu já li, pois vai muito além das lutas tão tradicionais nesse gênero. Tem filosofia, lições sobre amizade e uma história que emociona em diversos momentos. Se você é fã desse tipo de história não perca tempo e acompanhe esta excelente narrativa.
Os Vingadores – Jonathan Hickman
A série dos Vingadores e, principalmente, Novos Vingadores escritas por Jonathan Hickman apresentam uma abordagem completamente diferente para a famosa equipe de super-heróis. Hickman utiliza muita ficção científica para contar sua história, que trata das incursões entre as terras e o fim do multiverso, algo que desencadeará as Guerras Secretas.
Personagens muito bem caracterizados, heróis tomando medidas um pouco duvidosas para salvar seu universo e uma história bem construída. Resumindo, são essas as principais características da fase de Jonathan Hickman nos Vingadores. Um dos trabalhos mais interessantes feito com super-heróis mainstream nos últimos 5 anos (ou até mais).
Gotham DPGC (Gotham City Contra o crime) – Ed Brubaker, Greg Rucka e Michael Lark
A Panini deu prosseguimento à esta série que é uma excelente narrativa policial ambientada no universo do Batman. O homem-morcego é apenas um coadjuvante nas histórias, porém sua galeria de vilões é bastante presente, dessa forma os roteiristas trabalham as reações dos policiais comuns com relação a psicopatas (muitos deles com habilidades super humanas), e é bastante interessante notar como a impotência dos policiais nas situações envolvendo os vilões do Batman fere o orgulho do departamento de polícia de Gotham. Há até uma história em que os policiais decidem não envolver o Batman, tentando resolver o problema sozinhos. Simplesmente sensacional!
Confiram nossa Recomendação da Semana desta série!
O Imortal Punho de Ferro – Matt Fraction, Ed brubaker e David Aja
Mais uma vez Fraction e Aja na lista mas desta vez com a ajuda de Ed Brubaker. Esta série traz uma renovação para o Punho de Ferro, assim como adiciona elementos à sua mitologia como, por exemplo, a dinastia de Punhos de Ferro. David Aja manda muito bem nas cenas de luta com a sua narrativa inventiva assim como Brubaker e Fraction contam uma história que cada vez mais aumenta seu escopo até um Moral Kombat entre criaturas místicas. Divertidíssimo.
Confiram nosso review de O Imortal Punho de Ferro – A Última História do Punho de Ferro
Ms. Marvel – Nada Normal – G. Willow Wilson e Adrian Alphona
Kamala Khan é uma das melhores personagens criadas nos últimos tempos na Marvel. A jovem muçulmana, fã dos Vingadores que ao ganhar superpoderes resolve se tornar uma super-heroína evoca em suas histórias o mesmo clima que as primeiras histórias do Homem-Aranha possuíam. A religião, as mudanças na adolescência e os conflitos familiares são temas muito bem abordados pela roteirista, assim como a arte de Alphona traz toda a leveza e descontração que a história que passar. Uma das melhores série publicadas pela Marvel atualmente.
Confiram nosso review deste encadernado!
Nova York, Vida na Cidade Grande – Will Eisner
Eisner é um gênio. Sua obra autobiográfica Ao Coração da Tempestade é uma de minhas HQs favoritas, como comentei na minha lista do ano passado. Nova York é uma série de contos que procuram abordar figuras e arquétipos que existem em todas as grandes cidades. Como destaque apontaria O Edifício, que fala sobre 4 pessoas bem diferentes que acabam tendo o mesmo destino. São histórias reflexivas que merecem sua atenção. Will Eisner é sempre indispensável.
E finalmente chegamos ao final desse top 15 (que acabou virando um top 23 rs). 2016 foi um ano em que li muita coisa boa e foi bem difícil separar apenas estas HQs para comentar. E você, quais foram suas melhores leituras em 2016? Tem alguma coisa em comum com a minha lista? Deixa aí nos comentários, vamos trocar recomendações. Sempre descobrimos algo novo nesse tipo de discussão. Até a próxima!
Lucas Araújo
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