Entre os dias 5 (considerando a Spoiler Night) e 9 de dezembro, rolou em São Paulo a CCXP 2018, a quinta edição do evento que já entrou no calendário do nerd brasileiro. Eu estive por lá nos dias 6 e 7, quinta e sexta, e agora vou comentar um pouco sobre o que vi por lá.
Como é de costume, o evento estava repleto de atrações e convidados que agradavam os mais diversos públicos, como atores dos maiores blockbusters do ano que vem e de séries de TV, sessões de Meet & Greet com esses convidados, estandes de estúdios repletos de atividades e com distribuição de brindes, e a minha área favorita: o Artist Alley.
Na área dos artistas era possível encontrar grandes profissionais da indústria de quadrinhos, tanto brasileiros quanto estrangeiros, como John Romita Jr. (do qual me tornei ainda mais fã, por ser uma pessoa divertidíssima), Lee Weeks, David Lloyd, Danilo Beyruth, Orlandeli, John Cassaday, Felipe Massafera, Gustavo Duarte, Gustavo Borges, Joe Rubinstein, Fabio Moon, Gabriel Bá, Cristina Eiko, Paulo Crumbim, Mike Deodato, Joe Bennett, Carlos Estefan, Pedro Mauro, entre outros. Lá você podia conversar com seus artistas favoritos, comprar prints, páginas originais, pedir autógrafos e adquirir diversos tipos de quadrinhos. Essa é a área ideal para se conhecer novos trabalhos e saber o que está rolando no cenário nacional.
Próximo à esta área, também estava o belo estande da Chiaroscuro, em parceria com a Faber Castell, no qual estavam quadrinistas como Daniel HDR, Leonardo Romero, Peter Milligan, Márcio Fiorito, Ivan Reis e Joe Prado. Nessa área haviam horários específicos para pegar autógrafos com os artistas e em alguns casos havia até mesmo distribuição de senhas, então era importante ficar ligado nos horários para poder conversar com seu artista favorito.
Ainda sobre os artistas, consegui conversar com alguns deles por mais tempo e obtive algumas informações bem legais. Mike Deodato me disse que está bastante empolgado com o trabalho autoral que está desenvolvendo com Jeff Lemire (e que a editora Mino já está de olho para publicá-lo por aqui) e que em 2019 ele se dedicará mais ao seu trabalho autoral (que é muito bom, vide o excelente Quadros). Carlos Estefan e Pedro Mauro, autores do elogiadíssimo Gatilho, estavam lançando a continuação de seu trabalho no evento, chamado Legado, e já estão trabalhando no último capítulo dessa trilogia. Também pude conversar um pouco com o Felipe Massafera, conhecido como Alex Ross brasileiro, sobre seu processo criativo, que eu pensava ser completamente digital, mas que na verdade tem um trabalho de pintura incrível, que é mesclado com o acabamento digital para a inclusão de alguns detalhes. O cara é muito gente fina, recomendo que você passe na mesa dele em edições futuras.
Pela primeira vez consegui ir a um dos diversos painéis que rolaram no evento. Fui ao painel X-Men: Os Mutantes Através das Eras, mediado por Bruno Zago, lá do Pipoca & Nanquim, e que reuniu Peter Milligan, Joe Rubinstein, John Cassaday, John Romita Jr. e Scott Lobdell para um papo sobre os mutantes, como cada um encarou a tarefa de trabalhar com os personagens, quais foram os desafios e como foi a recepção dos fãs. Foi uma conversa divertidíssima, com uma química excelente entre os participantes, que faziam diversas piadas entre si. Foi uma experiência que com certeza irei repetir em outras edições.
É claro que o evento tem pontos negativos e até chegam a ser um pouco irritantes, pois são sempre os mesmos em toda edição do evento. O evento estava um pouco mais vazio por ter ido em dias de semana (já que sábado está impossível de ir, como comentei em coberturas passadas), mas mesmo assim estava mais cheio do que eu esperava. Isso acaba gerando filas para se fazer qualquer coisa, seja pegar um autógrafo ou simplesmente retirar um pôster em um estande. É claro que isso é um pouco inevitável nesse tipo de evento, mas muitas vezes a equipe do evento se atrapalhava na organização das filas, gerando dúvida em quem estava lá, davam informações incorretas, como por exemplo afirmar que a fila de um artista só começaria quando ele chegasse na mesa, mas mesmo assim já ter uma fila enorme mesmo sem a presença do artista, etc. A cada ano o evento cresce cada vez mais e esses problemas se agravam, então é importante a organização receber esse tipo de feedback e tentar melhorar na próxima edição.
Outro ponto é que este ano não houve distribuição do tradicional guia com o mapa e a programação do evento, o que deixava a galera desnorteada procurando um estande ou auditório específico. Haviam balcões de informações, mas eram poucos e mal distribuídos, e também o aplicativo oficial do evento, mas que na quinta-feira ainda não possuía o mapa do evento. Não sei o motivo disso ter acontecido, já que o guia era distribuído desde a primeira edição, mas foi um dos grandes pontos baixos do evento. Ah, claro, também há a questão do alto custo de alimentação, que infelizmente já é comum neste tipo de evento, mas ao menos era possível levar seus próprios alimentos no evento, o que já ajuda a amenizar esse problema.
No geral, o evento ainda vale a pena. A CCXP é a oportunidade de encontrar amigos que só vemos nessa época do ano, artistas que admiramos, e adquirir coisas bem legais. O evento ainda precisa de alguns ajustes, mas acredito que a organização deve estar ligada no feedback do público e está procurando melhorar para a próxima edição. Ao fim de toda CCXP o que fica é o sentimento de saudade e a ansiedade para a próxima edição, então que venha a CCXP 2019!
PS: Fica aqui meu agradecimento ao Thiago Nunes, por ter fornecido as ótimas fotos que você pôde ver durante toda a postagem.
Lucas Araújo
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