Rohan no Louvre – Bizarro e divertido!

Se você acompanha mangás e/ou animes, com certeza já deve ter ouvido falar de JoJo’s Bizarre Adventure, a famosa série escrita e desenhada por Hirohiko Araki e um dos maiores sucessos da história desses segmentos, voltando à tona recentemente devido ao anime que vem sendo disponibilizado por aqui pela Crunchyroll. A série mistura tramas novelescas com situações bizarras (o nome não é por acaso), encantando fãs ao redor do mundo. Em 2009, Araki foi convidado pelo museu do Louvre a participar de sua coleção de quadrinhos (que entre convidados já teve gente do calibre de Jiro Taniguchi, sobre a qual já comentamos aqui) e produziu Rohan no Louvre, quadrinho protagonizado por um dos personagens de JoJo e que foi publicado por aqui pela editora Pipoca e Nanquim.

Na trama em questão, acompanhamos Rohan Kishibe, um jovem autor de mangás que tem o poder de transformar as pessoas em “livros” e de conhecer a “vida” delas por intermédio da leitura de suas páginas. Antes de se tornar um autor famoso e quando passava férias na pousada de sua avó, ele conheceu uma garota chamada Nanase Fujikura, que lhe contou a respeito da “pintura mais maligna do mundo”, guardada no Museu do Louvre. Obra do obscuro pintor Nizaemon Yamamura, que a fez utilizando o pigmento negro de uma árvore milenar sagrada e foi executado por causa disso, há quem diga que ela encerre uma maldição. Muitos anos depois, tomado por uma mistura de curiosidade com saudosismo, Rohan se recorda da conversa que teve com Nanase e decide partir para o Louvre a fim de passar essa história a limpo. Ao chegar lá ele encontrará o que procura e muito mais.

É preciso dizer que Hirohiko Araki é um dos artistas mais talentosos de sua geração, apresentando influências não só de autores de quadrinhos, mas também de famosos pintores. Seu traço é cheio de estilo, ágil, belíssimo e repleto de energia, apresentando uma identidade visual bastante única. Complementando todo esse espetáculo visual, ele apresenta uma narrativa muito apurada, trabalhando a dinâmica e a movimentação de personagens como poucos autores conseguem. Além disso, repare no trabalho de cores que ele faz, mudando os tons de acordo com a situação e sinalizando o quanto a obra vai ficando cada vez mais sombria ao longo da trama.

É claro que na questão de roteiro, este serve muito mais para que Araki demonstre sua arte do que apresente uma história profunda e repleta de camadas. Ela cumpre sua missão, com a assinatura do autor ao apresentar situações que rapidamente conduzem ao bizarro, com elementos de terror. Diferente de Jiro Taniguchi, que em seu Guardiões do Louvre não conseguiu afastar o aspecto de panfleto na obra, o autor de Rohan no Louvre consegue muito bem utilizar a ambientação da obra de forma que ela não interfira demais na história, não tornando o museu seu protagonista. Além disso, é muito interessante as referências que ele vai colocando na obra, como as famosas posições de seus personagens remetendo às obras expostas no Louvre.

A edição da Pipoca e Nanquim apresenta um belíssimo acabamento gráfico, além de um trabalho de contextualização muito interessante. O glossário ao final da publicação ajuda a entender as referências utilizadas por Araki, tanto na questão das obras de arte quanto com relação à JoJo’s Bizarre Adventures.

Rohan no Louvre é um quadrinho bastante divertido, que agrada tanto fãs de Araki quanto a aqueles que jamais tinham ouvido falar em seu trabalho. Ao final da leitura, você se tornará mais um dos fãs do autor, eu garanto. Ou ao menos vai querer praticar alguma de suas famosas poses por aí…

Para comprar esse quadrinho clique AQUI. Ao comprar pelos nossos links você nos ajuda a continuar trazendo Justiça pra Cultura Pop! Ah e sempre tem um desconto bem legal 😉

Ficha técnica

Editora: Pipoca e Nanquim
Tradução: Drik Sada
Ano de lançamento: 2020
Páginas: 132
Preço: R$69,90

(Visited 905 times, 1 visits today)
The following two tabs change content below.

Lucas Araújo

Programador, estudante de TI e co-fundador do Justiça Geek. Fanático por quadrinhos, aficionado por filmes e séries, leitor faminto, gamer esporádico e músico (muito) frustrado. Gosta de falar sobre tudo isso em seu tempo livre(ou até mesmo quando não está tão livre...), debatendo questões essenciais para a humanidade como quem vence um crossover entre super- heróis, qual é seu escritor favorito e se um filme foi bem feito.