Game of Thrones: S07E04, The Spoils of War – A batalha do Campo de Fogo, em um dos episódios mais caros da série

Salve, Justiceiros!

Investida Montada

Essa semana me esforcei e tô soltando a resenha um pouco mais cedo. Bora ver os pontos mais interessantes desse quarto episódio da série mais popular ever!

Ah, e os textos dessa série serão postados também no Cena Medieval, meu site sobre medievalismo. Se você curte esse tipo de coisa, passa lá pra conhecer também!

Este foi um dos episódios mais curtos (“apenas” 50 minutos), mas ironicamente é possível que esse tenha sido um dos episódios mais caros até agora: além dos centenas de figurantes para a batalha na Campina, ainda houve um tempo bem maior do que estamos acostumados de dragão na tela.

Ao longo de todas essas temporadas, o seriado apresentou uma escalada dos valores gastos com produção. Lá no começo eram cerca de 60 milhões de dólares pra 10 episódios, resultando num gasto médio de 6 milhões por episódio (por incrível que pareça, tava longe das primeiras posições do ranking das séries mais caras). Nessa sétima temporada, a HBO investiu novos 100 milhões, mas dessa vez para um número menor de 7 episódios. Ou seja, além do custo médio de 14 milhões por episódio dessa temporada, podemos estimar com certeza que esse quarto episódio custou bem mais que isso.

Muitos figurantes e uma produção impecável nos detalhes = custo altíssimo

Quem leu os livros e gosta de se aprofundar na mitologia do universo criado por Martin talvez se lembre da história da batalha do Campo de Fogo, o maior conflito durante a Guerra da Conquista, que aconteceu quase 300 anos antes do ponto atual da cronologia. Nessa Guerra, Aegon Targaryen I (ancestral de Daenerys) subjugou 6 dos 7 reinos.

Essa batalha aconteceu ao norte do Reino da Campina, e milhares de soldados Lannister e Gardener queimaram com o fogo de dragões. Foi a única vez na história em que os três dragões de Aegon, o Conquistador, (Balerion, Meraxes e Vhagar) voaram em batalha de uma vez.

Daenerys usou apenas Drogon, o maior de seus três dragões. E em vez de usar soldados westerosi, usou sua horda Dothraki. Mas fora essas “pequenas” diferenças, a série está estabelecendo um claro paralelo entre a conquista de Dany e a conquista de Aegon.

Assim como seu ancestral, ela queimou milhares de soldados Lannister e Tarly (que não são Gardener, mas também são da Campina), numa grande demonstração de poder. A cena ocupou os últimos 15 minutos do episódio e foi impressionante, com centenas de figurantes e ótimos efeitos.

Não fez muito sentido a Daenerys botando fogo em carroças que supostamente estavam cheias de comida e suprimentos, que seriam muito úteis pra sustentar esses milhares de soldados que ela tem, fora o povo que pode em breve começar a passar fome com o início do inverno. Pra alguém que não queria ser a “Rainha das Cinzas”, ela tocou um pouco o foda-se nesse momento.

A aparição de Tyrion na cena também foi interessante, pois pudemos vislumbrar um pouco mais da complexidade do personagem. Observar seu sofrimento ao ver os soldados Lannister sendo queimados pode parecer a alguns que ele de fato estivesse sugerindo à sua rainha uma estratégia que poupasse seus conterrâneos e sua família. Eu continuo acreditando que ele na verdade queria evitar a matança desnecessária, mas é inegável fica abalado ao ver o curso atual das coisas, e sobretudo ele está preocupado com o irmão.

Lembram do título da minha resenha do segundo episódio? “A série caminha para conflitos mais simples e violentos”. Bom, uma parte considerável dessa violência foi mostrada nesse quarto episódio, com direito a bastante sangue e corpos carbonizados por fogo de dragão, do jeito que o público gosta.

Nas minhas mesas de D&D, nunca vi ninguém adicionar tantas graduações em “Operar Mecanismos” tão rápido

E no final, mesmo com o bônus da investida montada, Jaime não foi capaz de superar a CA épica de um dragão adulto. O príncipe Encantado de Tão T… que dizer, de Rochedo Casterly, só não virou churrasquinho graças a Bronn, que a essa altura já tá merecendo uns dois castelos.

(puta merda, esse parágrafo foi um combo de nerdice, hahaha)

Provavelmente pela segunda vez na série Jaime seja capturado e vire um refém de seus inimigos, e Tyrion ficará dividido entre a lealdade a Daenerys e o amor e débito que tem com o irmão, que o libertou quando estava numa situação muito parecida.

Em WinterfellBran demonstra saber sobre a traição de Mindinho, ao citar uma emblemática frase dita pelo próprio. Mas mais uma vez os produtores deixam a questão das ações do novo Corvo de Três Olhos em mistério. Um núcleo da série que poderia ser mais bem aproveitado. Um palpite bom que podemos tirar da cena dele com Arya é que ela provavelmente irá matar Mindinho com a própria adaga de aço valiriano, o que seria uma forma interessante de justiça poética.

Em Pedra do Dragão, os desenhos de padrões espiralados deixados nas paredes das minas de obsidiana pelos Filhos da Floresta mais uma vez dão dicas sobre a relação entre eles e sua criação, os Caminhantes Brancos.

Nos livros, e também um pouco na série, já aprendemos que os Caminhantes Brancos foram criados pelos Filhos da Floresta como uma forma de combates aos Primeiros Homens, que invadiram o continente há milhares de anos. Mas a história não seria tão interessante se os monstros não tivessem saído do controle, obrigando os Filhos a se aliarem com os Homens para deter a ameaça que poderia acabar com ambos.

Nisso, Jon ganha um ótimo argumento em sua luta para unir Daenerys ao Norte na luta contra os Caminhantes Brancos, mas a resposta da mais nova rainha do pedaço é no mínimo egoísta, pra não dizer inconsequente, pois ela ignora que esses mesmos monstros serão uma ameaça para ela depois de terem passado pelo Norte. Obviamente isso terá consequências em breve no roteiro da série.

E obviamente, isso tudo é logo antes de ela receber a notícia de que perdeu todos os seus outros aliados, o que irá resultar na cena sanguinolenta que comentei primeiro. Certamente, os próximos episódios irão mostrar consequências mais interessantes dessa relação entre Gelo e Fogo.

Teve outras impressões sobre o episódio? Deixe aqui nos comentários!

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Rafael Esteque

Advogado por formação, narrador por paixão, redator por vocação e músico por opção. Minhas anteninhas de vinil nunca funcionam. No 50º dia do meu nome, só espero que Gandalf me chame para uma aventura. Citação favorita: "In the game of thrones, a wizard is never late." Não, pera... ahn... "Do or do not. There is no Hakuna Matata." Não... ahn... Ok, vocês entenderam.