Papo Rápido – James Gunn salva o Esquadrão Suicida, a despedida de Scarlett Johansson, mais mago de Northampton, demissão por justa causa e a pandemia sem fim!

Bem-vindos a mais um Papo Rápido, a coluna na qual falo um pouco sobre coisas que eu tenha lido, ouvido ou assistido nos últimos tempos. Conversas rápidas e reflexões aleatórias sobre obras da cultura pop.

Finalmente um filme bom do Esquadrão Suicida

O Esquadrão Suicida ganha trailer e novo pôster | ARTECULT.COM

Depois do irregular longa envolvendo a equipe da DC lançado em 2016 e dirigido por David Ayer, eu sinceramente achei que nunca mais teríamos um filme do Esquadrão Suicida. Felizmente, James Gunn (que se tornou famoso por escrever e dirigir os filmes dos Guardiões da Galáxia na Marvel) foi contratado pela Warner e teve carta branca para escrever e dirigir o que quisesse e curiosamente escolheu essa equipe.

Com o acréscimo do artigo em seu título, O Esquadrão Suicida é uma espécie de continuação do filme de 2016, ao mesmo tempo em que é um reboot da equipe, e traz o retorno de atores como Margot Robbie (Harley Quinn), Viola Davis (Amanda Waller) e Joel Kinnaman (Coronel Rick Flagg), e adição de novas figuras interpretadas por Idris Elba (Sanguinário), David Dastmalchian (Bolinha), Daniela Melchior (Caça-Ratos 2), Sylvester Stallone (Tubarão Rei), John Cena (Pacificador), entre muitos outros.

O filme é divertidíssimo, seja pela atuação e interação entre os personagens (todos estão ótimos em seus papéis, com destaque para Margot Robbie, Idris Elba e o hilário John  Cena), e também muito bem filmado, com James Gunn referenciado clássicos filmes de guerra e o cinema da Nova Holywood com o estilo em que utiliza o zoom em diversas cenas. Embora o humor do filme pareça pueril em alguns momentos, uma característica da escrita de Gunn, aposto que você dará boas risadas. É o melhor filme da nova da DC disparado, não a toa é o primeiro após o fim do reinado sombrio de Zack Snyder nesse universo.

Eu demorei para comentar sobre ele por aqui pois só recentemente ele estreou no HBO Max e pode ser assistido por todos os assinantes do serviço de forma segura e em casa. Reforço meu posicionamento aqui de que estamos no meio de uma pandemia e ainda não é seguro ir no cinema para ver qualquer filme, não vacile com a covid.

Eu já assisti O Esquadrão Suicida duas vezes e muito provavelmente verei de novo, é um filme leve e divertido que agradará aqueles que procuram um bom filme de super-heróis. Bom, nesse caso nem tão heróis assim…

Viúva Negra: O filme que chegou atrasado

Filme Viúva Negra! Pôster oficial surpreende! - POPSFERA

Outro filme que recentemente chegou nas plataformas de streaming, mais especificamente no Disney Plus, foi Viúva Negra, a provável despedida de Scarlett Johansson do papel, seja por causa dos eventos ocorridos em Vingadores Ultimato, seja pela briga judicial com a Disney devido a divergências sobre o lançamento do filme e o lucro envolvido (a atriz está certa nessa questão, antes que você me pergunte).

O filme se passa logo após os eventos ocorridos em Capitão América – Guerra Civil e mostra a agente Natasha Romanoff tendo que fugir do governo dos EUA, ao mesmo tempo em que tem que resolver problemas que envolvem seu passado ao lado de sua irmã Yelena Belova (Florence Pugh), além de Melina Vostokoff (Rachel Weisz) e Alexei Shostakov, O Guardão Vermelho (David Harbour), seus pais adotivos.

Viúva Negra é dirigido por Cate Shortland, que até consegue imprimir um bom ritmo nos 2/3 iniciais do filme, mas que em seu final entrega uma narrativa um pouco genérica, igual a tantos outros filmes de super-heróis. Não que o filme seja ruim, ele até entretém satisfatoriamente e é superior a vários outros filmes da Marvel, mas ele não apresenta nada de diferente.

A verdade é que a Marvel demorou muito para apresentar um filme da Viúva Negra, isso deveria ter sido feito há muito tempo (sabemos que o motivo era a falta da autonomia de Kevin Feige nas produções dos filmes e seus embates com superiores). De toda a forma, o filme faz a passagem do manto para Yelena e deixa algumas pontas soltas que serão resolvidas nas próximas produções (sejam séries ou filmes). Vale a conferida, mas não espere nada de muito diferente do que você viu em outros filmes do MCU.

Cadê o Alan Moore?

Lembra quando eu escrevi o texto sobre Choques Futuristas e disse que publicaria mais textos de obras do Bruxo de Northampton? Essa promessa continua de pé, afinal o cara é meu autor favorito e temos poucos textos sobre ele aqui no JG. Em breve deve ser publicado um texto sobre uma obra dele muito legal e que eu ainda não tinha lido, então fique ligado.

A verdade é que meu ritmo de leitura tem caído nas últimas semanas e tem sido um pouco complicado encaixar obras do Alan Moore no cronograma de leitura, já que elas são mais densas em geral e necessitam de mais atenção por parte do leitor. Bom, estou tentando contornar esse problema e pode esperar que teremos muito Alan Moore por aqui.

A demissão de Joe Bennet e a liberdade de expressão

O Imortal Hulk: Aliado do herói passa por transformação horrenda na HQ

Nos últimos dias foi muito divulgada a notícia de que a Marvel decidiu pelo rompimento de seu contrato com o artista brasileiro Joe Bennet, devido a diversas polêmicas. A mais recente foi a redescoberta de uma ilustração de cunho político publicada nas redes sociais do artista envolvendo Jair Bolsonaro assassinando oponentes políticos que foram desenhados com o aspecto de ratos. Bom, se você leu Maus ou estudou o mínimo de história, sabe que essa é a mesma forma na qual judeus eram representados em ilustrações nazistas na Alemanha da década de 30 e 40. Até mesmo Al Ewing, seu parceiro na renomada revista Imortal Hulk, se pronunciou antes da editora, repreendendo a ilustração de Bennet e alegando que nunca mais voltaria a trabalhar com o artista.

Muito se discutiu sobre liberdade de expressão em vários grupos de quadrinhos pela internet, com gente dizendo que o artista só foi demitido devido a sua visão política. Não preciso nem dizer que isso é uma grande burrice, certo?

Há pessoas que acreditam que liberdade de expressão consiste apenas em dizer tudo que se pensa, esquecendo da parte em que a pessoa será responsabilizada por qualquer postura ofensiva e agressiva que tenha. O cara pisou na bola várias vezes, além da ilustração, ele comemorou a agressão do jornalista Glenn Greenwald e inseriu referências que podem ser consideradas antissemitas em páginas de Imortal Hulk. Não é de hoje que o artista vem apresentando posicionamentos no mínimo repulsivos.

A demissão da Marvel só demonstra que ações possuem consequências e que você não pode ter esse tipo de posicionamento sem arcar com elas, ainda mais quando seu nome está atrelado a propriedades de grandes conglomerados midiáticos. Não tenha dúvida que qualquer grande editora vai pensar duas vezes antes de contratar seus serviços, essa é uma mancha na carreira difícil de apagar.

O Poderoso Porco do MDM escreveu um texto muito bom sobre o assunto, no qual ele fala sobre como o atual cenário brasileiro pode ter transformado as pessoas ou revelado sua verdadeira face.

A Pandemia ainda não acabou

Sei que posso soar um pouco repetitivo voltando a esse assunto, mas é preciso dizer algo muito sério. Se você acompanha o JG com alguma frequência, deve ter percebido a ausência de postagens entre o fim de Julho e a metade de Agosto e eu demorei pra explicar a razão disso ter acontecido porque passei um tempo refletindo se deveria comentar esse assunto por aqui, mas achei importante para ajudar na conscientização das pessoas. Durante esse período eu fui infectado pela Covid e tive que ser internado por um tempo, já que tive mais de 50% do meu pulmão afetado pela doença. Felizmente, consegui me recuperar rapidamente e hoje me encontro 100%, parcialmente vacinado e sem sequelas.

Eu resolvi trazer o assunto pra que você veja alguém que passou por isso falar que a pandemia ainda não acabou. Evite ir em lugares fechados que pode contribuir na disseminação do vírus, como cinemas e restaurantes. Aliás, eu considero uma grande irresponsabilidade desses veículos que comentam os últimos lançamentos dos cinemas como se nada estivesse acontecendo, incentivando que o público a frequentar esses lugares enquanto nossa contaminação e média de mortes continua altíssima. Seria esse o negacionismo do bem?

Mesmo tomando todos os cuidados necessários, como distanciamento, uso de boas máscaras e higiene, eu fui contaminado, então não vacile. Acredite em mim, você NÃO vai querer passar por essa horrível experiência.

E é isso. A coluna acabou um pouco pesada dessa vez, mas achei importante dar o recado. Você tem algo que gostaria de comentar sobre? Deixe aí nos comentários, vamos trocar ideias e recomendações. Até a próxima!

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Lucas Araújo

Programador, estudante de TI e co-fundador do Justiça Geek. Fanático por quadrinhos, aficionado por filmes e séries, leitor faminto, gamer esporádico e músico (muito) frustrado. Gosta de falar sobre tudo isso em seu tempo livre(ou até mesmo quando não está tão livre...), debatendo questões essenciais para a humanidade como quem vence um crossover entre super- heróis, qual é seu escritor favorito e se um filme foi bem feito.