Papo Rápido – O poder do Homem-Aranha, a ressurreição de Matrix, Os negacionistas protagonizando um filme da Netflix, Beatles na Disney, Gavião Arqueiro e Férias!

Bem-vindos a mais um Papo Rápido, a coluna na qual falo um pouco sobre coisas que eu tenha lido, ouvido ou assistido nos últimos tempos. Conversas rápidas e reflexões aleatórias sobre obras da cultura pop.

O filme definitivo do Homem-Aranha?

Antes de iniciar meus comentários sobre Homem-Aranha – Sem Volta Para Casa, preciso dizer que vou mencionar alguns spoilers. Se você ainda não viu o filme ou se importa com isso, pule para o próximo tópico.

Muito se especulou sobre o que aconteceria no próximo filme solo do Homem-Aranha protagonizado por Tom Holland, e algumas dessas especulações acabaram se confirmando conforme trailers foram saindo. Trazer os vilões dos filmes protagonizados por Tobey Maguire e Andrew Garfield foi uma bela sacada, já que nunca é demais ver atores como Alfred Molina e Willem Dafoe em cena, mas o que provocou grande alvoroço nas salas de cinema espalhadas pelo mundo foi a aparição dos protagonistas das encarnações anteriores do personagem.

Quase tudo no filme funciona muito bem, finalmente trouxeram um senso maior de responsabilidade para o Homem-Aranha do MCU e a interação entre os Homens-Aranha é ótima, todos discutindo sobre suas perdas e obrigações e sobre o significado de vestir o uniforme deste herói. Os roteiristas conseguiram através de elementos pouco usuais em histórias do personagem falar sobre aspectos essenciais a ele, como o já citado senso de responsabilidade. O que me parece um pouco fora de sintonia é o papel do Doutor Estranho, muito mais do que já apresentado em outros filmes, mas não é algo que atrapalha a trama.

É muito impressionante a forma com que Kevin Feige, vulgo “boné”, consegue coordenar um planejamento que vem agradando os fãs há muitos anos. O presidente da Marvel Studios sabe o que está fazendo e desde que também assumiu a parte de séries de tv, vem expandindo bastante o Universo Marvel nos cinemas. Desde que o multiverso ficou estabelecido, fato ocorrido na série do Loki, várias possibilidades se tornaram possíveis.

Em Sem Volta Para Casa ainda houve a oportunidade de resgatar Charlie Cox no papel de Matt Murdock, que ele havia representado com maestria na série da Netflix. O filme misturou muito bem os personagens dos filmes anteriores da Sony com o MCU e forneceu uma bela dose de fanservice aos expectadores. Um pouco de nostalgia faz bem, ainda mais nos tempos que estamos vivendo, não é mesmo?

O manifesto de Lana Wachowski

Por falar em nostalgia, recentemente também tivemos a estreia de Matrix Ressurrections, quarto filme da revolucionária franquia que tinha tido seu último filme há 18 anos, com Matrix Revolutions. Desde que o projeto foi anunciado, eu fiquei um pouco receoso, já que não conseguia enxergar o caminho que esse novo filme iria seguir, já que os três primeiros filmes e Animatrix (um dos melhores produtos da franquia, aliás) apresentavam um encerramento de ciclo. Quando Lilly Wachowski revelou que não repetiria a parceria com sua irmã e soubemos que alguns atores não retornariam em seus papéis, como Laurence Fishburne e Hugo Weaving, meu receio aumentou ainda mais. O que esperar então de Matrix Ressurrections?

Bom, pra início de conversa eu preciso dizer que gostei do filme. Lana Wachowski aproveitou a oportunidade para subverter e quebrar certas expectativas que muitos fãs tinham para o quarto filme de Matrix. A diretora, que também assina o roteiro, constrói um filme que debocha de certos aspectos da indústria cinematográfica em diversos momentos, como a incessante necessidade de trazer franquias consagradas de volta, de como os expectadores sempre acabam esperando mais do mesmo e sobre como autores ficam presos criativamente devido ao sucesso de seus trabalhos anteriores. Há críticas nominais à Warner durante o filme, sobre como o estúdio faria o filme independente do envolvimento das criadoras nele. O primeiro ato do filme é o que há de melhor nele e onde as críticas são mais contundentes. As adições do novo Morpheus (Yahya Abdul-Mateen II) e de Bugs (Jessica Henwick) e sua equipe, além da sempre ótima interação entre Neo (Keanu Reeves) e Trinity (Carrie-Anne Moss), também são pontos a se destacar.

Entretanto, é preciso dizer que se você está esperando por mais “I know Kung Fu”, roupas de couro maneiras e cenas de ação de tirar o fôlego, aspectos que marcaram os três capítulos anteriores, você não vai gostar do filme. Aliás, esse é um dos motivos pelos quais ele vem sendo muito criticado por essa galera que só entendeu a superficialidade dos filmes, não conseguem entender que é justamente isso que Lana está criticando. Ela ainda mantém um dos aspectos mais importantes que fazem Matrix ser o que é: um filme que você não consegue compreender de primeira e sobre o qual ficará muito tempo pensando sobre

É claro que o filme tem alguns problemas, como o ritmo meio truncado, com uma certa barriga durante o segundo ato que faz com que ele perca fôlego, cenas de ação muito mal coreografadas que não parecem intencionais (será que a Lilly que cuidava disso nos outros filmes?) e algumas atuações preguiçosas.

Matrix Ressurections é um filme que faz jus à franquia e que ao mesmo tempo que a homenageia, quebra certas expectativas e faz comentários muito pertinentes com o mundo atual. Entre erros e acertos, Lana Wachowski apresentou um trabalho pelo qual é impossível passar de maneira indiferente. Não sei se haverão outros filmes ou derivados (talvez não pois o filme vem sendo um fracasso de bilheteria), mas eu gostaria de saber o que mais ela tem a dizer e pra onde esse universo poderia ser levado.

Não olhe pra Covid

Um outro filme que vem gerando intensas discussões sobre o quão inteligente você tem que ser para entender é Não Olhe Para Cima, dirigido por Adam McKay e lançado pela Netflix com elenco superestrelado, com nomes como Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Meryl Streep. Resumidamente o filme fala sobre a eminente queda de um meteoro na Terra que foi detectada antecipadamente por cientistas e a dificuldade que eles enfrentam para que a população compreenda a gravidade da situação. Tudo envolvido por situações por vezes tragicamente cômicas e familiares.

Não vou me prolongar em comentar esse filme, ele é o que é: Uma crítica óbvia para a situação envolvendo a Covid pela qual estamos passando. Não é necessário ser um gênio, como algumas pessoas afirmaram, para entender isso. Vale a pena ser assistido e isso é tudo que tenho pra dizer.

Os Beatles estreiam no Disney Plus

Se você é fã da maior banda de todos os tempos, como eu sou, já deve saber que recentemente estreou Get Back, documentário em três partes disponível no Disney Plus e dirigido por Peter Jackson, que tem como objetivo apresentar os bastidores dos Beatles durante as sessões que acabaram se tornando o disco Let It Be. Por muito tempo acreditou-se que foram essas sessões que decretaram o fim da banda e que o clima era terrível nessa época, mas esse documentário desmistifica isso.

É um prato cheio para qualquer um que aprecie o trabalho de John, Paul, George e Ringo poder ver como esses quatro gênios trabalhavam, como funcionava o processo de composição e lapidação das músicas e como a amizade deles era bem forte. É visível que haviam alguns atritos, mas eles se comportavam muito mais como irmãos do que qualquer outra coisa.

O documentário também acaba com visão misógina de que Yoko Ono seria a principal responsável pelo fim dos Beatles. A esposa de John Lennon é figura presente no documentário, mas as esposas dos outros Beatles também aparecem diversas vezes, fica claro que era bem comum que elas visitassem os estúdios entre as gravações. A banda acabou por outros motivos que nada tem a ver com a artista plástica. Para saber mais, recomendo que você acompanha o canal do Youtube Beatles School, um dos mais completos acervos de informações sobre os garotos de Liverpool.

Gavião Arqueiro de Matt Fraction e David Aja da Disney Plus

A última série da Marvel em 2021 foi Gavião Arqueiro, que estreou no final de novembro no Disney Plus. Contendo seis episódios, a trama envolve Clint Barton (Jeremy Renner) tendo que lidar com as consequências de seu passado como Ronin enquanto desenvolve uma parceria com Kate Bishop (Hailee Steinfeld).

A série é bastante divertida e bebe muito dos quadrinhos produzidos por Matt Fraction e David Aja, desde elementos presentes nos episódios até no material de marketing. Infelizmente, pelo que Aja comentou no Twitter, ele não recebeu um centavo sequer por isso. É mais um daqueles casos em que grandes corporações se comportam de maneira imoral com artistas. Fraction ao menos é creditado como consultor da série, o que deve ter rendido alguma compensação.

Simples e direta, a série se tornou uma das minhas favoritas da Marvel. Ah, e ainda trouxe de volta Vincent D’Onofrio como Rei do Crime e Florence Pugh como Yelena, a nova Viúva Negra. Há também uma indicação sobre a futura série da personagem Eco (Alaqua Cox). Assista sem medo.

Próximas publicações e férias

Como eu havia adiantado anteriormente, esse ano a lista de melhores leituras do ano vai sair só em 2022. Mas isso na verdade quer dizer semana que vem haha. Isso porque nessa última semana do ano me dediquei em uma maratona de leitura em quadrinhos que eu tinha certeza que entrariam na lista.

Na primeira semana de janeiro, portanto, teremos a publicação da nossa tradicional lista, assim como de mais um texto sobre um quadrinho sensacional que li recentemente. Depois disso, o site entrará de férias e só teremos novas publicações entre o final de fevereiro e o início de março, afinal também merecemos não é mesmo?

Também estou planejando algumas mudanças no conteúdo do JG no próximo ano. Abordar mais outras mídias e talvez espaçar um pouco mais a publicação dos textos, já que está sendo bem puxado tocar tudo sozinho por aqui. Mas avisarei sobre as mudanças no futuro, então fique ligado!

Sei que 2021 foi um ano muito difícil e espero que você esteja bem. Um feliz 2022 e espero que esse novo ano traga as mudanças que tanto precisamos, principalmente no comando do nosso país (Fora Bolsonaro sempre, é bom lembrar). Não se esqueça de se vacinar e tomar a dose de reforço, isso é superimportante.

E é isso. Você tem algo que gostaria de comentar sobre? Deixe aí nos comentários, vamos trocar ideias e recomendações. Até a próxima!

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Lucas Araújo

Programador, estudante de TI e co-fundador do Justiça Geek. Fanático por quadrinhos, aficionado por filmes e séries, leitor faminto, gamer esporádico e músico (muito) frustrado. Gosta de falar sobre tudo isso em seu tempo livre(ou até mesmo quando não está tão livre...), debatendo questões essenciais para a humanidade como quem vence um crossover entre super- heróis, qual é seu escritor favorito e se um filme foi bem feito.