Recomendação da Semana – Batman – Gótico

Bem-vindos a mais uma Recomendação da Semana, a coluna na qual recomendamos livros, HQs, filmes, séries e álbuns que achamos interessantes. A recomendação de hoje é um quadrinho do Batman que mistura o aspecto detetivesco do personagem com elementos sobrenaturais, escrito por um famoso escritor escocês. A recomendação de hoje é Batman – Gótico, quadrinho escrito por Grant Morrison, desenhado por Klaus Janson e com cores de Steve Buccellato.

Uma misteriosa figura está assassinando os mafiosos mais notórios de Gotham City. Batman vasculha o submundo da cidade em busca de respostas e acaba descobrindo que o assassino pode estar relacionado ao seu passado. Quanto mais o Homem Morcego investiga, mais ele se verá envolto em uma trama repleta de elementos sobrenaturais que estão intrinsecamente ligados à sua infância.

Grant Morrison se tornou famoso por escrever histórias audaciosas e herméticas, que brincavam com a metalinguagem e a cronologia dos super-heróis, como sua fase em Homem-Animal e na revista do próprio Batman posteriormente, mas em Gótico o autor aposta em uma trama mais simples e tradicional, sem grandes pretensões, o que acaba se tornando um grande mérito. O escocês sabe como explorar o aspecto mais detetivesco do personagem, ao mesmo tempo que adiciona elementos ao seu passado e transita de forma natural entre uma trama realista (no limite do que histórias de super-heróis podem ser) e os elementos sobrenaturais envolvidos na história. É interessante notar como em um curto espaço de tempo (entre os anos de 1989 e 1990), Morrison alternou entre uma história surrealista como Asilo Arkhan e algo menos abstrato como Gótico trabalhando com o mesmo personagem.

Klaus Janson é mais conhecido por seu trabalho como arte-finalista, como na parceria com Frank Miller em Demolidor e Batman – O Cavaleiro das Trevas e na parceria com John Romita Jr. em diversos trabalhos, mas ele também é um competente desenhista. Seu traço é sombrio e dá o tom para história, junto com uma narrativa que alterna entre momentos mais tradicionais e diagramações de página mais arrojadas. Minha única crítica com relação a arte é que as vezes o traço de Janson parece um pouco solto, o que prejudica a movimentação dos personagens. O trabalho de Steve Buccellato merece ser destacado pois suas cores são essenciais para expressar o clima da história pensado por Morrison.

É importante destacar que Gótico faz parte de uma série chamada Legends of the Dark Knight, que tinha o objetivo de publicar arcos fechados do personagem no seu início de carreira e conta com alguns grandes nomes da indústria nas histórias. Algumas delas foram publicadas aqui pela editora Abril, mas a Panini tem apostado nessa série, tendo publicado Xamã e Veneno nos últimos anos, embora seja pouco já que essa série tem muitas histórias.

A edição da Panini possui capa dura e papel couché. A publicação possui alguns extras, sendo eles a proposta original de Morrison para a história, alguns esboços de Klaus Janson e o estudo de cores feito por Buccelatto. Na questão da revisão, algo que a editora desliza em algumas publicações, o trabalho da Panini está correto, durante a leitura não encontrei nenhum erro perceptível.  É importante destacar também quando a editora acerta nessa questão.

Batman – Gótico é uma história que agrada os fãs do personagem e que foge um pouco do padrão comum de suas histórias. É uma boa oportunidade de conferir um trabalho mais simples de Grant Morrison e ver como o autor acerta bastante quando segue esse estilo.

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Ficha técnica

Editora: Panini
Tradução: Diogo Prado
Ano de lançamento: 2020
Páginas: 144
Preço: R$57,90

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Lucas Araújo

Programador, estudante de TI e co-fundador do Justiça Geek. Fanático por quadrinhos, aficionado por filmes e séries, leitor faminto, gamer esporádico e músico (muito) frustrado. Gosta de falar sobre tudo isso em seu tempo livre(ou até mesmo quando não está tão livre...), debatendo questões essenciais para a humanidade como quem vence um crossover entre super- heróis, qual é seu escritor favorito e se um filme foi bem feito.