Recomendação da Semana – Juiz Dredd – Origens

Bem-vindos a mais uma Recomendação da Semana, a coluna na qual recomendamos livros, HQs, filmes, séries e álbuns que achamos interessantes. Hoje a recomendação é um quadrinho de um personagem muito popular na Inglaterra, que muitos aqui no Brasil provavelmente conhecem por suas representações cinematográficas. A recomendação de hoje é Juiz Dredd – Origens, quadrinho escrito por John Wagner e desenhado por Carlos Ezquerra, os criadores do personagem, com uma breve participação de Kev Walker na arte.

Você com certeza já deve ter ouvido falar em Juiz Dredd, seja pelos seus filmes, o terrível protagonizado por Sylvester Stallone e o ótimo protagonizado por Karl Urban, ou por diversos crossovers com personagens como o Batman, Predador e Alien. Ele é um dos personagens mais populares dos quadrinhos, tendo surgido na lendária revista inglesa 2000 AD, onde caras como Alan Moore, Grant Morrison, Garth Ennis e Neil Gaiman, famosos pela invasão britânica dos quadrinhos ocorrida nos anos 80 nos EUA, começaram a se destacar.

Bom, e se você se sente um pouco perdido sobre por onde começar a ler o personagem, nada melhor do que uma história de origem contada pelos próprios criadores, certo? Em Origens, uma encomenda bastante incomum é entregue no Supremo Tribunal de Justiça, um pacote que forçará Dredd a liderar uma missão dentro da Terra Maldita e penetrar nos mais sombrios recônditos da história dos juízes de Mega-City-Um. Conforme a história avança, temos alguns flashbacks que elucidam a origem dos Juízes, como o departamento de justiça adquiriu tantos poderes e como Joe Dredd e seu irmão Rico surgiram, se tornaram juízes e seguiram caminhos distintos.

O roteiro de John Wagner é muito bem estruturado, com uma trama que cresce a cada virada de página, com bastante ação e momentos elucidativos sobre o passado do personagem. Como é sabido, Dredd foi criado com o objetivo de satirizar e criticar o fascismo, a glorificação da violência e a política de fins que justificam aos meios, algo muito relacionado com a época que o personagem surgiu, no ano de 1977, próximo a origem do Punk e a ascensão de Margaret Thatcher ao poder, uma era bastante sombria para a Inglaterra. Wagner é muito hábil em tecer suas criticas durante a história, mas é triste que algumas pessoas não entendam isso e pensem que as histórias do personagem defendem esse tipo de conduta.

A arte de Carlos Ezquerra pode causar certo estranhamento, pois é bastante estilizada, mas é perfeita para retratar os cenários pós-apocalípticos pelos quais os personagens transitam, num clima meio Mad Max, e também para representar a violência contida no roteiro. Você perceberá como Esquerra foi bastante influente para caras como Steve Dillon e Frank Quitely, seja na fisionomia de personagens, seja na já citada representação da violência ou em sua narrativa.

A edição da Mythos está ótima, com capa dura, papel de boa qualidade, bom tratamento editorial e alguns extras, como uma bela galeria de capas e alguns esboços de Carlos Ezquerra. A editora merece elogios por estar há um bom tempo apostando no personagem, com diversos lançamentos nos últimos anos. Espero que o público corresponda.

Se você quer fugir um pouco do arroz e feijão feito nos quadrinhos de super-heróis ou apenas está procurando conhecer mais sobre o personagem, Juiz Dredd – Origens é uma excelente pedida. Com ótimo roteiro e muito bem ilustrado, esse com certeza é um quadrinho muito acima da média. Com certeza irei atrás de mais histórias do personagem.

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Ficha Técnica

Editora : Mythos
Ano de lançamento: 2017
Páginas: 196
Preço: R$69,90
Onde encontrar: Livrarias e lojas especializadas

 

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Lucas Araújo

Programador, estudante de TI e co-fundador do Justiça Geek. Fanático por quadrinhos, aficionado por filmes e séries, leitor faminto, gamer esporádico e músico (muito) frustrado. Gosta de falar sobre tudo isso em seu tempo livre(ou até mesmo quando não está tão livre...), debatendo questões essenciais para a humanidade como quem vence um crossover entre super- heróis, qual é seu escritor favorito e se um filme foi bem feito.