Thor: Amor e Trovão – Ou seria Amor e Ódio?

Mais um filme da Marvel foi lançado e mais uma discussão entre a fanbase foi iniciada. De um lado, uma voz bastante barulhenta criticando e dizendo que é o pior filme já feito pela divisão capitaneada pelo Boné (vulgo Kevin Feige), do outro as pessoas que se divertiram muito com o filme. É fato que Thor – Amor e Trovão, o novo filme de Taika Waititi no MCU, gerou muitas opiniões acaloradas e nesse texto vou tentar divagar sobre o que achei legal no filme e sobre como a expectativa dos fãs a cada lançamento está se transformando em um grande problema para a Marvel nos cinemas.

Antes, uma breve sinopse: O filme encontra Thor (Chris Hemsworth) em uma jornada diferente de tudo que ele já enfrentou – uma busca pela paz interior, mas sua aposentadoria é interrompida por um assassino galáctico conhecido como Gorr, o Carniceiro dos Deuses (Christian Bale), que busca a extinção dos deuses. Para combater a ameaça, Thor pede a ajuda do Rei Valquíria (Tessa Thompson), Korg (Taika Waititi) e da ex-namorada Jane Foster (Natalie Portman), que – para surpresa de Thor – inexplicavelmente empunha seu martelo mágico, Mjolnir, revelando-se a Poderosa Thor. Juntos, eles embarcam em uma angustiante aventura cósmica para descobrir o mistério da vingança do Carniceiro dos Deuses e detê-lo antes que seja tarde demais.

É visível que Taika Waititi evoluiu bastante como diretor desde sua última aventura com o Thor em Ragnarok, após ter se saído muito bem dirigindo um excelente episódio de Mandalorian e por ter ganho o Oscar de melhor Roteiro original por Jojo Rabbit. Taika balanceia melhor o ritmo do filme com cenas de ação empolgantes, embaladas por uma chamativa trilha sonora oitentista com muito Guns N’ Roses, e momentos de comédia, além de inserir certas doses de drama principalmente na jornada de Jane Foster. O diretor teve muito mais liberdade aqui pra inserir sua assinatura no filme, o que diverte seus fãs, mas também acaba gerando ainda mais críticas por parte de seus detratores.

Dessa vez, Taika também teve participação no roteiro do filme e buscou transformá-lo em uma espécie de comédia romântica do MCU, com o foco total no relacionamento entre Thor e Jane, que é bem trabalhado, principalmente pela boa interação e o talento dos atores.

Por falar nisso, é importante ressaltar as boas atuações que o filme apresenta. Chris Hemsworth é um ótimo ator de comédia, o Thor engraçadão dos filmes foi uma bela adição ao MCU (ainda que os puristas torçam o nariz). Finalmente Jane Foster teve o destaque devido à uma atriz do nível de Natalie Portman, a Thor é muito interessante no filme e a atriz se sai muito bem no tom mais bem humorado do filme e consegue entregar o drama necessário nas cenas que mostram as dificuldades pelas quais a personagem está passando. Outro destaque é o Gorr de Christian Bale, o ator entrega um dos vilões mais interessantes já vistos no MCU, com complexidades e uma justificativa para fazer o que está fazendo, além de ser aterrorizante em certos momentos.

Mas é claro que nem tudo são flores e o filme tem problemas. A Valquíria de Tessa Thompson perde espaço na trama, sendo que sua personagem tinha sido uma das adições mais interessantes em Ragnarok, Waititi repete muitas vezes o recurso de narração através de Korg que acaba cansando um pouco, o filme apresenta uma certa barriga no meio, principalmente na cena que envolve o Zeus interpretado por Russel Crowe (que não se sai muito bem na comédia), e acho que a resolução do arco da Jane Foster é um pouco de desperdício com uma personagem tão legal. parte desses problemas se dá pelas características inerentes ao trabalho de Taika Waititi, então é necessário entender que um filme dele traz o bônus e ônus disso.

Falando sobre todas as críticas que circularam nos últimos dias, penso que houve muito exagero, com gente chegando a dizer que queria ir embora do cinema após 30 minutos de filme. O objetivo tanto de Waititi quanto de Feige foi de apresentar um filme divertido e leve que entretesse o público e o deixasse com um sorriso no rosto, o que é muito bem vindo após tudo o que passamos nos últimos anos. O maior problema é que o público, em geral, está esperando um novo Guerra Infinita/Ultimato por trimestre, o que já ficou claro que está bem distantes dos planos do Boné para o MCU, que agora parece querer explorar novas possibilidades, com cada obra apontando para uma direção diferente. É difícil tentar prever qualquer coisa no momento, já que os filmes e séries parecem cada vez mais distantes uns dos outros, mas talvez a Marvel não queira contar a mesma piada duas vezes fazendo com que as obras culminem em um grande crossover. O ponto é que devemos avaliar um filme pelo o que ele é, não pelo o que gostaríamos que fosse,

Thor – Amor e Trovão agrada quem é fã do trabalho de Taika Waititi e quem quer ver uma aventura descompromissada. Gera um descontentamento em quem não gosta do clima bem humorado do diretor e esperava algo mais épico e que ditasse os próximos passos do MCU. Baixe as expectativas e pode ser que você se divirta na sessão do cinema mais próximo. O mais curioso é que esse ciclo de amor/ódio vai recomeçar no próximo lançamento da Marvel, é só aguardar…

Nota: 8,5/10

Ficha Técnica

Duração: 119 minutos
Estúdio: Marvel Studios
Direção:
Taika Waititi
Roteiro: Taika Waititi e Jennifer Kaytin Robinson
Elenco:Chris Hemsworth, Natalie Portman, Christian Bale, Tessa Thompson, Jaimie Alexander, Taika Waititi, Russell Crowe

P.S.: Não deixe de conferir nossa lista de recomendações de quadrinhos do Thor, feita na época do lançamento de Ragnarok!

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Lucas Araújo

Programador, estudante de TI e co-fundador do Justiça Geek. Fanático por quadrinhos, aficionado por filmes e séries, leitor faminto, gamer esporádico e músico (muito) frustrado. Gosta de falar sobre tudo isso em seu tempo livre(ou até mesmo quando não está tão livre...), debatendo questões essenciais para a humanidade como quem vence um crossover entre super- heróis, qual é seu escritor favorito e se um filme foi bem feito.