Top 15 quadrinhos lidos em 2023!

Como é tradicional aqui no site, é hora da tradicional lista de melhores quadrinhos lidos no ano aqui no Justiça Geek. Os quadrinhos não estão organizados em ordem de qualidade e  todos os textos sobre os quadrinhos em questão já produzidos estarão linkadas ao longo do texto, que será atualizado conforme novas resenhas forem sendo publicadas. Sem mais explicações, vamos à lista!

Duas Vidas – Fabien Toulmé

Nesse quadrinho acompanhamos a história de dois irmãos, Baudouin e Luc, que são muito diferentes. Enquanto Bandouin tem um emprego monótono e sufocante na área jurídica, Luc viaja o mundo exercendo a medicina. Certo dia Luc vai a Paris, onde vive seu irmão, para tentar convencê-lo a se divertir mais e não ficar tão preso ao trabalho, vivendo de forma mais leve. Entretanto, o que muda a perspectiva de Bandouin sobre a vida é a descoberta de um tumor que o levará a ter poucos meses restantes de vida. Com isso em mente, ele irá abandonar tudo  e viajar pelo mundo com o irmão em uma jornada de autodescoberta.

Duas Vidas é um trabalho que demonstra todo o talento de Fabien Toulmé, traz uma nova perspectiva de vida para o leitor e também apresenta um grande aprendizado. Um quadrinho que você não pode deixar de conferir, sem dúvidas.

Confira nosso texto sobre Duas Vidas!

Cães – Keum Suk Gendry-Kim

Nessa obra, a autora sul-coreana baseia a história em suas próprias experiências com animais de estimação. Inicialmente relutante em adotar um cachorro, ela acaba sendo convencida por seu companheiro e aprende como o amor incondicional dos animais acaba transformando o coração de seus donos, tornando-os pessoas mais sensíveis.

Cães é uma obra que, além de discutir a relação entre humanos e seus animais de estimação, mostra como essa relação impacta em diversos aspectos da vida humana, como o cultural, e transcende fronteiras. Mais um ótimo exemplo do talento de Keum Suk Gendry-Kim, uma autora que se você ainda não conhece, não pode perder a oportunidade.

Confira nosso texto sobre Cães!

Estranhas Aventuras – Tom King, Mitch Gerads e Evan “Doc” Shane

A obra mostra o retorno de Adam Strange, clássico personagem da DC, como um grande herói de guerra, tendo sido responsável por livrar Rann, planeta para o qual ele é teleportado de tempos em tempos e onde constituiu sua família ao lado da esposa Alanna e a filha Aleena, da invasão dos Pykkts, uma raça sanguinária que já conquistou diversos planetas em todo o universo. Strange escreveu uma biografia, sucesso de vendas, que relata suas ações em tal guerra e o custo que elas tiveram, como a morte de sua jovem filha. Quando a Liga da Justiça detecta que os Pykkts pretendem se vingar invadindo a Terra, o herói intergalático é escolhido para ser o chefe da defesa do planeta, entretanto ele é alvo de uma investigação feita pelo Sr. Incrível que irá revelar certos acontecimentos que podem transformar o herói em criminoso de guerra.

Estranhas Aventuras é um dos quadrinhos de super-heróis mais interessantes publicado nos últimos anos, mais uma demonstração da capacidade de Tom King como autor, o poder de sua parceria com Mitch Gerads e um dos destaques do selo Black Label, que muitas vezes parece ter sido feito para publicar histórias meia boca do Batman e no qual, em teoria, os autores têm mais liberdade para publicar história como essa. Se você quer um quadrinho que foge da mesmice, faz pensar e é divertido ao mesmo tempo, essa é uma leitura indispensável.

Confira nosso texto sobre Estranhas Aventuras!

Laura Dean Vive Terminando Comigo – Mariko Tamaki e Rosemary Valero-O’Connell

Na história acompanhamos Freddy Riley, uma jovem que só quer entender porque sua namorada, Laura Dean, não para de terminar com ela. O dia em que começaram a namorar parece ter sido o momento mais feliz da vida para Freddy, já que Laura é divertida, popular e irreverente. Entretanto, ela também pode ser cruel, cínica e insensível, o que aos poucos vai minando o relacionamento e a saúde mental de Freddy. Os amigos não entendem o motivo para que ela continue reatando com Laura, não importa o que aconteça, mas quando  Freddy visita uma misteriosa vidente, toda sua perspectiva sobre sua vida e seu relacionamento se transforma para sempre.

Laura Dean Vive Terminando Comigo é uma ótima recomendação de leitura para o público adolescente, aquele tipo de quadrinho que ajuda a ter contato e gerar interesse com essa mídia, mas também funciona bem para o público mais velho que gostaria de relembrar essa época da vida ou que gostaria de ter aprendido as mesmas lições que Freddy.

Leia nosso texto sobre Laura Dean Vive Terminando Comigo!

O Efeito He-Man – Box Brown

Neste quadrinho, Brown coloca uma lupa sobre os anos 80 e busca analisar como o marketing voltado para crianças da época, de certa forma influenciado pelas técnicas de propaganda da Segunda Guerra Mundial, moldou a mente dos adultos de hoje. Com base em desregulações da era Reagan, as empresas de brinquedo e entretenimento conseguiram despejar centenas de conteúdos nos cérebros das crianças americanas para dominar seu psicológico. Mas quais são as consequências de superlotar um cérebro em desenvolvimento com o mesmo tipo de marketing utilizado na época do “terror vermelho”, o auge da propaganda anti-comunismo americana?

O Efeito He-Man não é só um belo documentário em quadrinhos, vai além disso, é um estudo sociológico que explica como as gerações dos anos 80, 90 e 2000 foram influenciadas ainda na infância por grandes empresas que moldaram parte de sua personalidade. Ou seja, o capitalismo em sua mais plena forma, não é mesmo?

Confira nosso texto sobre O Efeito He-Man!

O Novo Preço da Desonra – Hiroshi Hirata

Em O Novo Preço da Desonra, Hiroshi Hirata retorna ao seu mais famoso personagem, o Kubidai Hanshiro, para novamente retratar os percalços enfrentados pelos Samurais que se utilizaram de promissórias de vida para sobreviverem no campo de batalha sob a perspectiva do habilidoso guerreiro que atuava como responsável por fazer a cobrança dessas dívidas.

Esse quadrinho é mais uma obra do autor que busca trazer um retrato da figura dos samurais sem o contorno heróico e idealizado em que geralmente costuma-se representar nas mais diversas obras. Uma aula de história sobre o Japão Feudal e a demonstração de talento de um grande autor.

Confira nosso texto sobre O Novo Preço da Desonra!

Pai de Mentira – Joe Ollmann

Nesse quadrinho acompanhamos a história de Caleb, um pintor de meia idade que tem um passado conturbado e cuja carreira nunca deslancha. Ele é filho de um famoso quadrinista, Jimmi Wyatt, autor da famosa tirinha Chapa & Chapinha, que fala sobre uma doce e sensível relação entre pai e filho. Entretanto, Jimmy e Caleb possuem uma relação conflituosa, que em nada lembra os personagens da tira, em que o pai é uma figura desprezível que pouco se importa com esposa e filhos, e o filho tem traumas de infância que o fizeram tomar diversas decisões erradas ao longo da vida. Mas quando Jimmy falece, Caleb decide assumir a tirinha do pai, como uma espécie de tentativa de reconexão com seu passado e sua figura paterna, mas irá descobrir como funciona a criação de uma tira diária, cheia de desafios, e como seu relacionamento com os quadrinhos foi importante em diversos momentos de sua vida.

Pai de Mentira é uma obra que pode ser enxergada de várias formas: A conflituosa relação entre pai e filho que tem os quadrinhos como elemento fundamental, uma aula sobre a produção de uma tira diária, um retrato do quadrinho underground norte-americano, um autor demonstrando todo seu talento. Independente de como você encare, é uma obra impactante, uma leitura mais do que recomendada. Espero que tenhamos mais obras de Joe Ollmann por aqui, é um autor que parece ter muito a dizer.

Confira nosso texto sobre Pai de Mentira!

A Fabulosa X-Force – Rick Remender,Jerome Opeña, Esad Ribic, Rafael Albuquerque, Greg Tocchini e Phil Noto

Histórias de super-heróis que fogem da simples dualidade entre bem e mal e que exploram os tons de cinza que esses personagens podem ter não são novidade. Desde a desconstrução feita por Alan Moore em Miracleman e Watchmen e Frank Miller em Batman-Cavaleiro das Trevas nos anos 80, passando pelas séries da Image nos anos 90 e por Authority, de Warren Ellis e Mark Millar (que também fez a série Supremos com a mesma pegada na mesma época), vemos como autores, alguns com mais habilidades que outros, podem explorar dilemas morais enfrentados por seres super-poderosos, muitas vezes inserindo-os em situações muito presentes no nosso mundo. É isso que Rick Remender fez em sua fase na revista da X-Force, equipe composta por Wolverine, Anjo, Psylocke, Deadpool e Fantomex, ao lado de uma variada equipe de artistas que tem como destaques nomes como Jerome Opeña, Esad Ribic, Rafael Albuquerque, Greg Tocchini e Phil Noto.

A X-Force de Rick Remender é um quadrinho de super-heróis bem feito, com personagens apresentando motivações, conflitos internos e tons de cinza, que muitas vezes podem tornar muito sutis as diferenças entre heróis e vilões. Se você é fã dos mutantes ou simplesmente quer apreciar uma história do gênero que foge um pouco do padrão, esse é um dos quadrinhos mais legais publicados pela Marvel neste século.

Confira nosso texto sobre A Fabulosa X-Force!

Nem Todo Robô – Mark Russell, Mike Deodato, Lee Loughride

A obra se passa em um futuro nem tão distante, em 2056, no qual os robôs substituíram os seres humanos como mão de obra. A coexistência entre robôs, com a inteligência recém conquistada, e os dez bilhões de humanos da Terra é tensa. A cada família humana é designado um robô, do qual elas se tornam dependentes. Na história acompanhamos os Walter, uma família humana cujo robô, Navalhoide, passa seu tempo livre na garagem da família – fazendo máquinas que os Walter estão crentes que ele vai usar para assassiná-los.

Nem Todo Robô é uma boa história e funciona muito bem como uma crítica à nossa sociedade, embora pareça que não disse tudo que devia dizer. Eu recomendo que você também se atente a outros trabalhos de Mark Russell, é um autor que vale a pena ficar de olho, já que ele sempre traz alguma reflexão bastante relevante.]

Confira nosso texto sobre Nem Todo Robô!

O Combate Cotidiano – Manu Larcenet e Patrice Larcenet

O quadrinho, vencedor do prêmio de Melhor Álbum no Festival de Angoulême de 2004 e adaptado para o cinema em 2015,  narra a história de Marco, um fotógrafo de guerra que, cansado dos horrores que testemunhou, decide se afastar da cidade grande e buscar paz no campo. Após deixar seu terapeuta com quem se consultou durante anos para tratar ansiedade, Marco encontra companhia em Adolf, um gato temperamental,e explora relações complexas com seu irmão caçula, pais idosos, uma veterinária e amigos de um estaleiro. O enredo delicadamente entrelaça temas de trauma, amadurecimento, solidão e auto aceitação, oferecendo uma reflexão profunda sobre a natureza humana.

Manu Larcenet é um dos mais talentosos autores em atividade, seus trabalhos transformam o leitor, fazendo com que ele reflita sobre a vida de forma muito aprofundada e tenha novas perspectivas. O Combate Cotidiano é uma das melhores publicações do ano, sem sombra de dúvidas.

Confira nosso texto sobre O Combate Cotidiano!

Asterios Polyp – David Mazzucchelli

Nessa história acompanhamos Asterios, um renomado arquiteto de cinquenta anos reconhecido exclusivamente por seu trabalho teórico na área. Arrogante, mulherengo, machista e misógino, ele pensa apenas em si mesmo e está sempre procurando ser o foco das atenções, não importa o ambiente em que esteja. Até que um dia um incêndio destrói sua casa e toda sua perspectiva de vida é alterada, fazendo com que Asterios decida viajar ao interior dos Estados Unidos e chegar até onde o dinheiro que lhe sobrou permitir. Lá ele encontra uma nova família, amigos e repensa tudo que aconteceu até ali. O mais curioso é que sua história é narrada por seu irmão gêmeo natimorto, Ignazio.

Asterios Polyp é uma obra singular, leitura indispensável que mostra o poder dos quadrinhos e que muda a percepção do leitor sob vários aspectos. David Mazzucchelli está no panteão dos grandes autores e é essencial que você conheça seu trabalho. 

Confira nosso texto sobre Asterios Polyp!

O Sistema – Peter Kuper

No quadrinho, Peter Kuper retrata o funcionamento de uma cidade, entrelaçando várias tramas, expondo os desafios diários que as pessoas passam, a corrupção, o preconceito e o crime em uma história sem diálogos que convida o leitor a participar imaginando-os. Basicamente, o sistema que ele expõe pode ser resumido como a estrutura capitalista, o drama social urbano dos dias modernos.

Peter Kuper é um autor único, seus trabalhos são grandes experiências de leitura e é uma pena que não seja tão ovacionado por aqui quanto merece. Espero que essa publicação mude isso.

Palestina – Joe Sacco

Joe Sacco nos conduz por várias áreas de conflitos, conhecemos famílias devastadas pela guerra, crianças que conhecem a violência muito cedo em suas vidas, estrangeiros que estão lá e tem uma perspectiva própria sobre a guerra e um pouco sobre como alguns israelenses enxergam a guerra. No fim da leitura, parece que você esteve lá com o autor acompanhando tudo.

Ele diz em sua introdução que uma das críticas à sua obra é que ela não sobre os dois lados da história e que isso é verdade, mas se você quiser ver o lado de Israel, basta ligar a tv em qualquer canal, já que a visão da mídia como um todo é homogênea. Ele diz que sua intenção não era ser imparcial, era ser honesto. E isso ele conseguiu com maestria.

O Grande Vazio – Léa Murawiec

O quadrinho retrata um mundo distópico  em que as pessoas precisam ser lembradas para não desaparecer, chamando isso de “presença”. Aqueles que conseguem ser lembrados por um grande número de pessoas podem se tornar imortais.

Léa Murawiec constrói uma história que está completamente em sintonia com o que vivemos diariamente em meio às redes sociais, onde compartilhamos informações e opiniões em busca de atenção, seja de amigos ou desconhecidos, para sermos lembrados de alguma forma também. Se pararmos pra pensar, não estar nas redes sociais pode significar não estar vivo no século 21? 

Patos – Kate Beaton

Nesta obra a autora conta sua experiência pessoal trabalhando nos campos de petróleo canadenses para pagar seu financiamento estudantil. Em busca de um bom salário que a ajude a pagar as contas e possibilite que no futuro ela possa exercer uma profissão relacionada à sua formação em Artes e humanidades, ela sai de sua terra natal, Cape Breton, e encara um ambiente em que a proporção entre homens e mulheres chega a cinquenta para uma, permeado pelo machismo e assédio diário.

Kate Beaton apresenta um trabalho consistente, que sem sombra de dúvidas a coloca entre os grandes autores contemporâneos dos quadrinhos e fico ansioso para saber o que mais ela pretende publicar. E assim como ela, espero que seu trabalho influencie outras pessoas que tenham origens semelhantes a contarem suas histórias, precisamos que essa perspectiva sobre o mundo seja mais representada não só como personagens mas também como autores.

Confira nosso texto sobre Patos!

Menções Honrosas

Preciso citar algumas HQs que por razões que não consigo explicar ficaram de fora da lista principal. Todas também apresentam alto nível de qualidade.

Mais Forte Que a Espada – Hiroshi Hirata

Mais Forte Que A Espada é uma ótima porta de entrada se você quer conhecer o trabalho de Hiroshi Hirata, um dos grandes gênios dos quadrinhos. Seu trabalho é tão impactante que é muito provável que ao ler uma de suas obras você o coloque na sua lista de autores favoritos. Que ele continue sendo publicado por aqui e que cada vez mais leitores possam conhecê-lo, aprender ao mesmo tempo em que se aprecia uma boa leitura nunca é demais.

Confira nosso texto sobre Mais Forte Que a Espada!

Museu – Christophe Chabouté

Museu é aquele tipo de obra que traz novas perspectivas para nossa vida, é muito possível que na sua próxima visita a um museu depois de lê-la você veja as coisas de modo diferente. A arte funcionando como reflexão, como os grandes artistas conseguem proporcionar. Se você não conhece o trabalho de Christophe Chabouté, está perdendo tempo.

Confira nosso texto sobre Museu!

Ghost World – Daniel Clowes

Ghost World demonstra uma das características mais fundamentais dos trabalhos de Daniel Clowes: É impossível passar indiferente por eles, o leitor sempre será impactado de alguma forma. Ao misturar a melancolia adolescente com um excêntrico senso de humor, Clowes conseguiu criar uma espécie de livro de memórias de uma certa época da vida de todos nós. Resumindo, esse é um verdadeiro clássico dos quadrinhos.

Confira nosso texto sobre Ghost World!

Superman – Identidade Secreta – Kurt Busiek e Stuart Immonen

Superman – Identidade Secreta é uma história que demonstra porque esse é um personagem tão cativante, um símbolo de heroísmo e porque Kurt Busiek é um dos grandes autores quando falamos de quadrinhos de super-heróis. Se você é fã do personagem, a leitura é um verdadeiro deleite.

Confira nosso texto sobre Superman – Identidade Secreta!

Authority – Warren Ellis, Brian Hitch, Mark Millar, Frank Quitely, Tom Peyer, Dustin Nguyen

Authority marcou uma espécie de revolução nos quadrinhos de super-heróis na virada para os anos 2000, seja pelo estilo cinematográfico de arte empregado por Bryan Hitch, seja pelo escopo de atuação definido por Warren Ellis. As ameaças são enormes, envolvendo invasões multiversais e até confronto com Deus, ao mesmo tempo em que a equipe influencia o mundo até na esfera política. 

Finalmente chegamos ao fim deste top 15 (que na verdade é um top 20 rs) de melhores leituras do ano de 2023. E você, quais foram suas melhores leituras em 2023? Tem alguma coisa em comum com a minha lista? Deixa aí nos comentários, vamos trocar recomendações. Sempre descobrimos algo novo nesse tipo de discussão.

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Lucas Araújo

Programador, estudante de TI e co-fundador do Justiça Geek. Fanático por quadrinhos, aficionado por filmes e séries, leitor faminto, gamer esporádico e músico (muito) frustrado. Gosta de falar sobre tudo isso em seu tempo livre(ou até mesmo quando não está tão livre...), debatendo questões essenciais para a humanidade como quem vence um crossover entre super- heróis, qual é seu escritor favorito e se um filme foi bem feito.