A Grande Odalisca – Um blockbuster em quadrinhos!

Eu sempre gostei bastante de filmes de assalto, aqueles nos quais um grupo de ladrões tem que se reunir e construir um plano elaborado para executar um grande roubo. O maior expoente desse tipo de filme nas últimas décadas é a série Ocean’s, com a trilogia Onze Homens e Um Segredo (Ocean’s Eleven), Doze Homens e Outro Segredo (Ocean’s Twelve) e Treze Homens e Um Novo Segredo (Ocean’s Thirteen), protagonizada por um elenco cheio de estrelas, como George Clooney, Brad Pitt e Matt Damon. Já pensou se um quadrinho tivesse essa mesma temática, com os mesmos diálogos afiados e situações absurdas, mas protagonizado por mulheres numa dinâmica que lembra bastante o desenho Três Espiãs Demais? Pois foi isso que o trio Bastien Vivès, Florent Ruppert e Jérôme Mulot fizeram em A Grande Odalisca.

Neste quadrinho acompanhamos a jornada de Alex e Carole, uma dupla de ladras especialistas em realizarem grandes assaltos nos museus mais famosos do mundo. Porém, quando elas recebem a missão de roubar a obra-prima de Jean-Auguste Dominique Ingres, o quadro A Grande Odalisca, do Louvre, elas resolvem chamar a motociclista Sam para ajudá-las nesse difícil roubo. Essa missão às levará ao México para resgatar um velho amigo, desbaratar a operação de um quartel de drogas e a um roubo com aspectos verdadeiramente cinematográficos que podem lhes trazer glória ou leva-las à prisão.

É impressionante como a história vai crescendo de forma espetacular, com os eventos se tornando cada vez mais absurdos. Você irá presenciar tiroteios intensos, lutas, situações cômicas, diálogos divertidos, uma invasão do Louvre em um estilo absurdamente cinematográfico, entre outras coisas. A Grande Odalisca é um quadrinho que funciona como se fosse um blockbuster sem qualquer limite orçamentário.

Por mais que a história seja um pouco absurda, é necessário destacar o ótimo trabalho do trio Vivès (que produziu o excelente Minha Irmã, que já comentei aqui no site), Ruppert e Mulot em trabalhar muito bem o trio de protagonistas, dando a cada uma delas uma personalidade muito bem definida e construindo uma dinâmica bastante interessante entre elas. Lembra que no começo eu mencionei o desenho Três Espiãs Demais? Pois bem, a dinâmica das personagens é muito semelhante à do desenho (inclusive com personagens tendo o mesmo nome) e isso não é por acaso, já que tanto o trio de autores quanto a equipe que produziu o desenho se inspirou no mangá/anime Cat’s Eye. Cada personagem é cativante a seu modo e é impossível que você não acabe torcendo por elas ao longo da história.

Além de um roteiro muito bem construído, A Grande Odalisca também traz uma arte belíssima que alterna muito bem entre momentos mais calmos e cenas de ação que não devem em nada às grandes produções de Holywood, além de uma narrativa fluída que prende o leitor do início ao fim. É impressionante a unidade que Vivès, Ruppert e Mulot conseguiram apresentar, sendo que tanto o roteiro quanto a arte foram feitos totalmente a seis mãos, sendo difícil identificar qual é o papel de cada um na obra de tão uniforme que ela é.

A editora Pipoca e Nanquim merece elogios mais uma vez por trazer um quadrinho bastante diferente para o nosso mercado. Eu mesmo não sabia que o mercado Europeu possuía obras com esse tipo de temática, já que boa parte das obras que acabam sendo publicadas por aqui envolvem Fantasia, Ficção Científica ou abordagens mais intimistas. Além disso, o quadrinho foi publicado em formato de luxo, capa dura, papel de ótima qualidade e um acabamento que o destaca perante outras publicações. Realmente este foi um grande acerto.

A Grande Odalisca é um quadrinho que merece ser lida por qualquer apreciador de uma grande aventura, digna de ser comparada com os maiores lançamentos dos cinemas. Um quadrinho divertidíssimo, algo essencial para nossas listas de leitura em um momento ou outro.

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Ficha técnica

Editora : Pipoca e Nanquim
Ano de lançamento: 2019
Páginas: 440
Preço: R$69,90

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Lucas Araújo

Programador, estudante de TI e co-fundador do Justiça Geek. Fanático por quadrinhos, aficionado por filmes e séries, leitor faminto, gamer esporádico e músico (muito) frustrado. Gosta de falar sobre tudo isso em seu tempo livre(ou até mesmo quando não está tão livre...), debatendo questões essenciais para a humanidade como quem vence um crossover entre super- heróis, qual é seu escritor favorito e se um filme foi bem feito.