Quadrinhos: Por onde começar? – Parte 3

Bem-vindos a mais um texto da nossa coluna Quadrinhos: Por onde começar, onde são feitas indicações que podem atrair novos leitores, não necessariamente grandes clássicos mas HQs que são uma excelente porta de entrada para iniciantes na nona arte. A ideia, como já mencionei anteriormente, é que esta coluna evolua junto com o leitor, então irei trazer coisas um pouco mais diferentes daqui para frente. Sem mais delongas, vamos à lista!

Mulher-Maravilha de George Pérez

Nos textos anteriores já recomendei Homem de Aço e Batman- Ano Um, que são as origens recontadas destes heróis após a Crise nas Infinitas Terras, então nada mais justo que complementar as indicações com o membro restante da trindade.

George Pérez teve a difícil tarefa de recontar a origem da Mulher-Maravilha e o resultado final supera qualquer expectativa. Além de trazer uma belíssima arte, padrão em quase todos os trabalhos deste gênio, também há um roteiro que mistura o mundo real com muita Mitologia Grega. Você não consegue parar de ler até chegar ao final, pois as histórias são muito interessantes e você fica esperando como Perez adaptará as lendas que todos nós conhecemos desta mitologia.

É importante mencionar que Perez teve a ajuda de Len Wein para a estruturação de seus roteiros, já que na época ele estava iniciando sua carreira como roteirista. Outro fato curioso referente a este trabalho é que foi um dos primeiros a ter Karen Berger como editora, que você deve conhecer por acontecimentos como a invasão britânica e a criação da Vertigo.

Aproveite que a Panini recentemente publicou boa parte desta fase, em encadernados de formato econômico, e pretende termina-la.

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Paper Girls – Brian K. Vaughan e Cliff Chiang

Você deve conhecer Brian K. Vaughan, o cara está ganhando Eisner atrás de Eisner nos últimos anos por seu trabalho Saga e também é bastante lembrado por Y – O Último Homem (o qual resenhamos os dois primeiros volumes aqui e aqui). Em Paper Girls ele escreve uma história um pouco diferente, que mistura nostalgia e Ficção Científica.

Por que eu mencionei nostalgia? Bem a série é ambientada nos anos 80 e diversos elementos da época estão presentes aqui sejam roupas, filmes, discos e veículos. Se você assistiu Stranger Things perceberá certa semelhança nesta ambientação e se você viveu entre os anos 80 e 90 se sentirá ainda mais imerso.

A época não é exatamente o foco da história, mas sim Mac, Erin, KJ e Tiff, entregadoras de jornais que no dia seguinte ao Halloween se encontram e resolvem realizar as entregas juntas, para evitar os problemas que podem vir a acontecer. Elas só não esperavam que passariam por situações no mínimo inusitadas.

Quanto menos você souber sobre o quadrinho é melhor, pois qualquer spoiler pode acabar estragando a experiência. Ah, não posso deixar de comentar a excelente arte de Cliff Chiang, que ficou conhecido pelo seu trabalho junto à Brian Azzarello na revista da Mulher-Maravilha dos novos 52 (que nós também resenhamos aqui e aqui). O trabalho, como a maioria dos escritos por Vaughan, também recebeu diversos prêmios, entre eles o Eisner de melhor nova série e melhor desenho/cores. A Devir lançou recentemente o primeiro volume da série por aqui, então você não tem desculpa para correr atrás da sua edição.

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Tungstênio – Marcelo Quintanilha

Quando recomendei Talco de Vidro, elogiei a capacidade de Marcelo Quintanilha em representar a Psique humana. Em Tungstênio fica novamente clara esta habilidade e é incrível vê-lo realizar essa espécie de análise do ser humano.

Aqui temos quatro protagonistas: Um Sargento aposentado, um traficante, um Policial casca grossa e a esposa desse policial. A história é ambientada em Salvador e, devido à arte de Quintanilha e à maneira como ele elabora os diálogos dos personagens, você realmente se sente na cidade, como se fosse uma daquelas pessoas. É algo indescritível.

A maneira como os personagens são relacionados demonstra um grande cuidado na elaboração dos roteiros, assim como seus dramas e problemas são apresentados de maneira muito natural. São coisas que vimos todos os dias, que nos chocam e que pode acontecer a qualquer um de nós. Quintanilha demonstra que as pessoas nem sempre são como tentam transparecer e que isto é, muitas vezes, uma característica inerente ao comportamento humano.

Super premiada, a HQ inclusive ganhou o Angoulême, um dos principais prêmios de quadrinhos de todos os tempos. Uma característica do Quintanilha que eu gostaria de ressaltar é que ele é um dos poucos quadrinistas que em sessões de autógrafos sempre pergunta o que você achou da obra, está sempre disposto a discutir seu trabalho e isso é muito legal. Recomendo que, se você encontrá-lo em uma das diversas convenções que temos em nosso país, bata um papo com ele, vai ser uma conversa muito interessante eu garanto.

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E este foi mais um texto de nossa coluna de HQs para iniciantes. Confira os textos anteriores dessa coluna clicando nos links abaixo:

Parte 1

Parte 2

Especial X-Men

Especial Homem-Aranha

Até a próxima!

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Lucas Araújo

Programador, estudante de TI e co-fundador do Justiça Geek. Fanático por quadrinhos, aficionado por filmes e séries, leitor faminto, gamer esporádico e músico (muito) frustrado. Gosta de falar sobre tudo isso em seu tempo livre(ou até mesmo quando não está tão livre...), debatendo questões essenciais para a humanidade como quem vence um crossover entre super- heróis, qual é seu escritor favorito e se um filme foi bem feito.

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